A partir dos anos 1970, a experiência da arte migrou de um campo de proposições artísticas específicas para uma prática desdobrada, ampliada, que opera na convergência de linguagens e em diálogo com outras esferas do conhecimento.
Nos anos 1980, observa-se um crescimento importante do mercado de arte ao lado de recrudescimentos estéticos, como foi o caso da Transvanguarda e da revitalização da pintura, em detrimento das práticas conceituais, em uma empreitada que pode ser relacionada com as questões econômicas da era Tatcher –Reagan.
Nos anos 1990, com padrões de referência aos pedaços, a produção artística se rearticula ao mesmo tempo em que é inevitável a sua absorção pelo mercado. Observa-se uma corrida de curadores, instituições e galeristas em busca de organização para a manutenção de um sistema que se articula em função do capital. De um lado, exercita-se a conquista de novos espaços, ao mesmo tempo em que se combate a aceleração e a amnésia por meio de práticas que passam a reconsiderar possíveis utopias: outras articulações e novos espaços, aonde ganham força artistas que trabalham com arquivos, com articulações em redes, enfim, com novas formas de agenciamento no campo da arte, tais como os coletivos e os trabalhos colaborativos.
Ao quase completarmos a primeira década do século XXI transparece a urgência de repensar o sistema da arte, novas formações e configurações de espaço, sua circulação, difusão e produção em função de dois fatores: a crise econômica que hora se impõe e a força das imagens da comunicação e da mídia no mundo contemporâneo.