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sábado, 22 de outubro de 2011

agradecimentos monografia






Agradeço a Paulo Lima Buenoz, meu maior suporte durante a pesquisa, por ter motivado a atualizar sensações da minha potência artística e pela liberdade de experimentação cultural e existencial da imaginação criadora.



Agradeço a Luana Magrela, fotógrafa. Che Segundo, filmaker. Creo Mauro, conversão de mídia. Ismael, vidraceiro. Funcionários do campus Santa Mônica, Marta, Teresa e Maikon da secretaria do Deart. Coordenadora Cláudia França e coordenador Marco Antônio Andrade do curso de artes visuais. Dirce e Elza da Coordenação. Kely Lopes, edição.

Agradeço aos membros da banca examinadora, pela disponibilidade de participar e pelas contribuições pessoais acerca da monografia.

Agradeço a todas as pessoas que se envolveram comigo no universo da arte, família e amigos que incentivaram a escutar minhas exigências de criação e a concretizá-las.

Agradeço a meus pais, Vera e José Carlos, meus irmãos Flávio, Carla, Lívia e minha avó Silvina, por todo apoio e amor.


saudação inicial. agradecimentos.

A monografia tem o título caminhos vivos no curso de artes visuais, são os vídeos assistidos agora na projeção externa. caminhos vivos, reais e impossíveis também. no subtítulo, contato esponjoso na trajetória acadêmica, considero importante acrescentar a idéia de esponjamento, uma espécie de contato que eu vivenciei durante um período da faculdade.

Gostaria então de discursar à respeito de alguns aspectos plásticos do trabalho e um ponto principal teórico de pensamento à respeito do trabalho que é a questão da memória, viva.

É uma pesquisa desenvolvida com orientação do Professor Paulo a partir de um processo de criação muito singular e curioso a meu ver. Singular porque somente eu poderia dizer o que me mobilizava naquele momento para o trabalho e a maneira de conduzir a prática artística é poéticamente metodológica e política no que diz respeito aos desejos de criação. Uma abertura para o invisível na arte.Ele me dizia: Paula, não finalize o trabalho mentalmente, deixe ele acontecer. Aqui na sala temos o registro do processo inicial da pesquisa, biografia do meu estado sensível, uma coluna de vidro com objetos (cadernos, agendas) que sofreram interferências, foram marcados. Isso no projeto 1. Vale lembrar que o TCC foi dividido em 2 projetos sendo a monografia seu formato final. Para cada caderno existe uma legenda, de marcas. Essas legendas são variáveis e começam a serem feitas com fitas adesivas, depois com clips, giz de cêra, depois foram recortados, foram acrescentados alguns papéis e plásticos também. São 24 cadernos produzidos ao longo dos semestres na faculdade + 1 que foi feito durante a pesquisa, inclusive com partes da monografia. Estão organizados dentro do formato geométrico do paralelepípedo vertical vazado. Objeto.#1

#2 Escrita. Escrever junto da criação e não sobre a criação. Percebi a potência da escrita no sentido de comunicação do trabalho. Escrever é libertar.

#3 audiovisual. Na composição dos vídeos eu utilizo um programa de edição com a intenção de fundir um vídeo no outro, mostrando 3 camadas da pesquisa em ebulição, misturadas. Existe uma lista de vídeos pré selecionados que eu filmei e que gravei(record). Os sons não acompanham diretamente as imagens e o silêncio acontece intencionalmente.Caminhos vivos é uma mixagem da memória viva das fases da pesquisa.

Fiz a leitura de alguns textos e livros, minha casa de força com os filósofos Henri Bergson, me ajudou a entender que o problema e a solução vêm juntos. Com Guatarri, foi mais prazeroso perceber a conexão criativa entre as partes do trabalho ao longo de sua trajetória, ao invés de desejar algo previsível, regulável e pronto. Cito no texto Rosane Preciosa e Suely Rolnik ambas da área da pesquisa da subjetividade. Para considerar ambientes não somente humanos, para que eu pudesse me deixar estranhar pelas marcas e para situar a função do caos e do fragmento na proposta. Com Preciosa descobri também um novo universo de construção da escrita. Sigo paralelamente uma idéia de obra aberta apontada por Humberto Eco, no sentido do trabalho permanecer em constante transformação e te ter uma relação de troca com o público. O texto, apesar de não diagramado e formatado conforme uma ordem tradicional e antiga, foi organizado da maneira necessária para não perder sua força poética.

O que foi entregue à banca é um recorte, necessário para apresentação do trabalho, assim como foi feita a edição dos vídeos e a montagem com os cadernos. Mas não significa que a pesquisa está finalizada por completo. Ainda existe a possibilidade de brotar o novo. Tanto no que diz respeito à sua parte prática quanto poética. De qualquer maneira essa incompletude faz parte da proposta.Por isso a citação no final do texto de Marcel Proust: só amamos o que não temos por completo.

Estando agora um pouco mais distante da pesquisa, consigo perceber que surgiu além da produção a necessidade de registrar o processo de criação por vários meios, anotações, desenho, vídeo, objeto. Talvez a monografia seja mais sobre o processo de criação do que sobre o resultado parcial apresentado aqui. Com mais amadurecimento a pesquisa poderá tomar novos rumos. Fico muito feliz de ter tido essa experiência, agradeço especialmente à meu professor orientador que me levou por esse caminho.

escrita poética






Os movimentos vão surgindo internamente, acompanhando pensamento e fazer artístico. A descrição do processo ocorre depois das ações, pois a criação artística antecedeu sua análise, a visão é primeiramente interna. Essencial é ter liberdade de expressão no aprofundamento do aspecto da singularidade e esponjamento do processo criativo. Hoje percebo a potência de escrever junto com a obra e não mais sobre a obra.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

contato esponjoso na UFU





Meu pensamento é estimulado por um dispositivo (político) do desejo artístico e hoje o projeto se tornou outro, em função da situação de devir constante da obra. Trabalho em continuidade, em transformação, pois pede outros corpos para habitar. Estou aberta para ter dentro de mim vários corpos sensíveis? Como serão os próximos contatos porosos? O que foi esse esponjamento durante o curso e como está o trabalho hoje? Existe agora um campo de forças entre obra e artista, um circuito de sensações que me habita e estimula a investigação dos processos vivos de arte, principalmente pela sua mutação constante e situação de devir outro.
Apenas amamos aquilo que não possuímos por completo.
PROUST, Marcel (1871 – 1922).




Às vezes a criação artística fica muito bem delimitada no seu plano visível de acontecimento e consequentemente, não permite um aproveitamento satisfatório do potencial do trabalho em gênese. É no plano invisível, igualmente real, embora menos óbvio onde o trabalho se manifesta através de uma textura ontológica: neste, fluxos de uma composição atual se misturam com outros fluxos, gerando outras composições. Por isso a forma do trabalho é múltipla e se transforma a cada momento, de acordo com os desejos políticos da criação. Agora que os caminhos estão vivos opto pelo rompimento do equilíbrio da figura de artista e passo a vivenciar um contato plenamente esponjoso e rico em estranhamento à atual consistência subjetiva. É esse estado de criação de um novo corpo na minha existência, no modo de sentir, de pensar e agir que impulsiona uma nova fase do trabalho. Ativada a memória viva das sensações, mobilizo a potência do pensamento para inventar direções de sentido e chego à estrutura dinâmica do recurso audiovisual. Vou caminhar agora sentindo as vibrações do espaço ao redor, percebendo como são as trilhas dos desejos. Descobrindo territórios inabitados, circulando em espaços movediços, aproximando de lugares impossíveis, chegando a outros lugares.

alô?



terça-feira, 11 de outubro de 2011