estudos sobre artes visuais: análise da figura do artista - responsável individualmente pelas características e repercussão social de seu trabalho.
"Parte-se, aqui, ao contrário da ideia de que o trabalho artístico É UM FENÔMENO PURAMENTE INDIVIDUAL, que se possa isolar da sociedade." P.15
é preciso ir além do artista, investigando indivíduos e instituições que interagem com ele: CRÍTICOS, MARCHANDS, MUSEUS, SALÕES, GALERIAS, REVISTAS DE ARTE...
Marchand é uma palavra francesa (em português, 'mercador' ou 'comerciante') que, em alguns países não francófonos, designa o profissional que negocia obras de arte.
A palavra se refere não só àquele que compra e vende objetos artísticos mas também a um tipo de prestador de serviços que atua na divulgação do artista, podendo representá-lo comercialmente nas relações com galeristas, colecionadores, museus e assemelhados. À maneira de um corretor especializado, esse profissional não realiza a compra ou a venda de objetos. Apenas intermedeia as relações entre o artista e o mercado de arte. No Brasil, segundo a terminologia do Ministério do Trabalho, o marchand é designado como agenciador de obras de arte - um tipo específico de prestador de serviços autônomo, com registro legal e exigências normativas fixadas pelas prefeituras de cada município. Trata-se de uma profissão para a qual não há formação acadêmica específica. No entanto, a prática dessas atividades de intermediação e acessoria requer algum conhecimento sobre história da arte e, especialmente, sobre o mercado de objetos de arte e os vários agentes que o constituem.
CONJUNTO DE INDIVÍDUOS E INSTITUIÇÕES NÃO AGE DE FORMA AUTÔNOMA; obras e eventos artísticos; difusão e consumo: condições econômicas, sociais, políticas e culturais do meio que atuam. PROCESSO HISTÓRICO
SISTEMA DA ARTE: "conjunto de indivíduos e instituições responsáveis pela PRODUÇÃO, DIFUSÃO e CONSUMO de objetos e eventos por eles mesmos rotulados como ARTÍSTICOS e responsáveis também pela DEFINIÇÃO dos padrões e limites da arte para toda uma sociedade, ao longo de um período histórico." P.15-16
COMPLEXIDADE DAS ESTRUTURAS, DINAMISMO DO PROCESSO, VISÃO SINCRÔNICA DAS VARIÁVEIS que interferem na PRODUÇÃO e na DIFUSÃO das artes visuais e do seu papel nos contextos históricos.
BASE CONCEITUAL para analisar o SISTEMA DA ARTE NO BRASIL, nos anos 1960/70: estrutura, funcionamento, transformações. relações com as condições ECONÔMICAS, POLÍTICAS E SOCIAIS do PAÍS.
estudos de Pierre Bourdieu: conceito de campo: "campo é um espaço de jogo, um campo de relações objetivas entre indivíduos e instituições que competem por um mesmo objeto"P.16
termo CAMPO: vários setores da atividade social: religioso, político e cultural. CAMPO CULTURAL: o campo de produção erudita ou campo artístico. Ele não descreve o funcionamento dos campos, mas busca descobrir as FORÇAS INVISÍVEIS responsáveis por este funcionamento, levantando seus PRINCÍPIOS BÁSICOS DE EXISTÊNCIA. estrutura e regras de funcionamento que podem ser analisadas INDEPENDENTEMENTE DAS CARACTERÍSTICAS PESSOAIS DOS INDIVÍDUOS NELE ATUANTES, sendo fundamental o estudo do CAMPO e NÃO o dos indivíduos. contribuições REFLEXIVAS e INTERPRETATIVAS
Pierre Bourdieu: "o sujeito da obra não é NEM O ARTISTA SINGULAR, causa aparente,NEM UM GRUPO SOCIAL, mas o campo da produção artística em seu conjunto" P.165 In: Questões de sociologia. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1983. "os campos se apresentam à apreensão sincrônica como espaços estruturados de posições (ou de postos) cujas propriedades dependem das posições nestes espaços, podendo ser analisadas INDEPENDENTEMENTE DAS CARACTERÍSTICAS DE SEUS OCUPANTES", sendo que em cada campo HÁ LEIS PRÓPRIAS de funcionamento que regem suas especificidades e a ATUAÇÃO de seus AGENTES.
"Quanto mais uma atividade é mediada por uma rede estruturada de posições, de instituições, de atores, mais ela tende à AUTONOMIA DE SUAS POSSIBILIDADES: a consistência da mediação depende do grau de AUTONOMIA DO CAMPO" P. 102 In: HEINICH, Natalie. Para acabar com a discussão sobre arte contemporânea.
"Campos podem ser formados e destruídos em diversas épocas e sociedades."P.17
DISPUTA DO JOGO: RESPEITAR SUA ESTRUTURA: REGRAS: HABITUS.CAMPOS DE PRODUÇÃO DE BENS CULTURAIS (ARTE): RISCO DE SE ACABAR COM O PRÓPRIO JOGO: UMA BUSCA PELA VERDADE TORNANDO AS ORIGENS, QUE FUNDAMENTAM A ESTRUTURA DO JOGO, FRÁGEIS E VULNERÁVEIS
HABITUS SEGUNDO PIERRE BOURDIEU: "sistema de disposições adquiridas pela aprendizagem IMPLÍCITA ou EXPLÍCITA que funciona como um sistema de ESQUEMAS GERADORES; é gerador de ESTRATÉGIAS que podem ser objetivamente afins aos interesses e objetivos de seus autores sem terem sido expressamente concebidas para este fim." CRENÇAS, TÉCNICAS E REFERÊNCIAS QUE PROPICIAM A ATUAÇÃO EM DETERMINADO CAMPO
LUTAS NO CAMPO ARTÍSTICO: CONTROLE DO CAPITAL CULTURAL. SOCIEDADE CAPITALISTA: 3 CATEGORIAS DE CAPITAIS: ECONÔMICO, SOCIAL E CULTURAL. PROPRIEDADE DOS DIFERENTES CAPITAIS: LUTA PELO PODER POLÍTICO. REGRAS E PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO DOS CAMPOS. ELEMENTOS ESTRUTURADORES: LUTA PELO PODER e CRENÇA NO UNIVERSO MÁGICO DA ARTE. em sua teoria não há nenhum sistema que não funcione, pelo menos em parte, devido a crenças sejam elas quais forem. DESVENDAR AS CRENÇAS QUE SUSTENTAM OS MECANISMOS QUE FUNDAM O MUNDO SOCIAL, e dentro deste, o campo artístico. A SOCIOLOGIA DA CULTURA É A SOCIOLOGIA DA RELIGIÃO DE NOSSA ÉPOCA.PERSPECTIVA DESMASCARADORA E DESSACRALIZANTE: CRENÇA COLETIVA NOS VALORES ESTABELECIDOS NO CAMPO. MAGIA E VALOR ARTÍSTICO DOS OBJETOS: TRAMA DE TODOS OS AGENTES QUE PARTICIPAM DELE E SUA CRENÇA NA ESTRUTURA.VALORES: CONCEITO DE ARTE: VALOR DA OBRA: VALOR DA PRÓPRIA ARTE.PODER DO SISTEMA DA ARTE: A TRAMA QUE O LEGITIMA ENCONTRA-SE MAIS OCULTA. ENVOLVIDOS E EXCLUÍDOS
FORÇA DO SISTEMA: ESTRUTURA, INSTITUIÇÕES, PESO DE SUA HISTÓRIA. INSTITUCIONALIZAÇÃO: MANTÉM E RENOVA OS RITUAIS: DISCRIMINAÇÕES E HIERARQUIZAÇÕES. ESTRUTURAS DE PODER:
- CRENÇA NA MAGIA DO CRIADOR
- NA INDIVIDUALIDADE AUTÔNOMA DAS PRODUÇÕES
- NA DEVOÇÃO ABNEGADA DOS CONSUMIDORES
SISTEMA DA ARTE SURGIU: MECANISMO DE DOMINAÇÃO/ PADRÕES IMPOSTOS AO CONJUNTO DA SOCIEDADE (MINORIA). MUNDO COLONIAL-COLONIZADORES X COLONIZADOS. CRITÉRIOS PARTICULARES: DEFINIDORES DOS PRODUTOS E PRÁTICAS ARTÍSTICOS. STATUS SUPERIOR ÀS DEMAIS PRODUÇÕES PLÁSTICAS: ARTESANATO / ARTES MENORES. HIERARQUIZAÇÃO QUE LEGITIMAVA SIMBOLICAMENTE O PODER POLÍTICO E ECONÔMICO DE SEUS INTEGRANTES. AQUELES QUE TINHAM ACESSO AO SISTEMA DA ARTE: DOMINAÇÃO SIMBÓLICA SOBRE OS DEMAIS, EXCLUÍDOS. ELABORAÇÃO SIMBÓLICA DOS EXTRATOS SOCIAIS NÃO INTEGRADOS AO SISTEMA. MECANISMOS De DISTINÇÃO QUE LEGITIMAVaM A DOMINAÇÃO SOCiAL PREEXIStenTe, DA QUAL O SISTEMA ERA TAMBém RESULTANTE.
ESSA DISTINÇÃO: FUNCIONAR: ESTRATÉGIA DE PODER POLÍTICO DENTRO DA SOCIEDADE: ESTRATÉGIA MAIS EFICIENTE, MAIS MASCARADA, LEGÍTIMA. CONCEITO SISTEMA DA ARTE E A REALIDADE POR ELE EXPLICADA DEVEM SER PENSADOS COMO HISTORICAMENTE DATADOS, NEGANDO, PORTANTO, ORIENTAÇÕES QUE PRETENDEM CONSIDERAR A ARTE COMO UM FENÔMENO UNIVERSAL E PERMANENTE. O FENÔMENO DA ELABORAÇÃO SIMBÓLICA ENQUANTO ATIVIDADE PSÍQUICA HUMANA É UNIVERSAL E ATEMPORAL.
APROPRIAÇÃO PELAS ELITES DAS MAIS EFICIENTES E ADEQUADAS PRODUÇÕES SOB A DESIGNAÇÃO DE ARTE: PROCESSO RECENTE NA HISTÓRIA DA HUMANIDADE (SOCIEDADE MODERNA).
DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA DA ARTE NO BRASIL, ANOS 60/70: ESTRUTURAS E DESDOBRAMENTOS. PRINCIPAIS INSTITUIÇÕES: MUSEUS, ESCOLAS DE ARTE, SALÕES, GALERIAS, ESPAÇOS ESPECÍFICOS DE ARTE NOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO DE MASSA.DENTRO DELAS, INDIVÍDUOS DESEMPENHAM FUNÇÕES QUE DETERMINAM SUA POSIÇÃO E PODER NO SISTEMA. 60/70: PERÍODO EM QUE O SISTEMA MODERNO ESTÁ AINDA SE CONSOLIDANDO, POUCAS INSTITUIÇÕES, INDIVÍDUOS INTERATUAM EM DIVERSAS FUNÇÕES.
- ARTISTAS (ALÉM DE PRODUZIREM SUAS OBRAS) - PROFESSORES DE ARTES EM UNIVERSIDADES E CURSOS PÚBLICOS/PRIVADOS
- CRÍTICOS (ALÉM DE COMENTAREM OBRAS) - DESEMPENHAM DOCÊNCIA DE TEORIA E HISTÓRIA DA ARTE E ATUAM COMO ADMINISTRADORES NA DIREÇÃO DE MUSEUS E OUTRAS INSTITUIÇÕES.
- MARCHANDS (BASICAMENTE COMERCIALIZAÇÃO) - ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS.
Biografia
Carlos Alberto Fajardo (São Paulo SP 1941). Artista multimídia. Freqüenta o curso de arquitetura na Universidade Mackenzie, em São Paulo, entre 1963 e 1972. Na década de 1960, estuda pintura, desenho, comunicação visual e história da arte com Wesley Duke Lee (1931-2010), e música contemporânea com Diogo Pacheco (1925). Participa da criação do Grupo Rex, com Wesley Duke Lee, Nelson Leirner (1932), Frederico Nasser (1945), Geraldo de Barros (1923-1998) e José Resende (1945), em 1966, e torna-se co-editor do jornal Rex Time. Em 1970, com Luiz Paulo Baravelli (1942), Frederico Nasser e José Resende, funda a Escola Brasil:. Estuda gravura em metal com Babinski (1931)e litografia com Regina Silveira (1939). No início de sua trajetória, trabalha com diferentes técnicas, realizando objetos, pinturas, colagens, desenhos e gravuras. A partir de 1981, expõe trabalhos em pintura, constituídos por um conjunto de telas e de superfícies em madeira pintada, apenas apoiados nas paredes da sala, criando assim um espaço entre os dois planos. Passa a dedicar-se à realização de esculturas em que explora questões como peso, gravidade ou sustentação da obra no solo. Em 1987, recebe a Bolsa Ivan Serpa da Funarte e, em 1989, a Bolsa Vitae de Artes. Desde 1996, leciona no departamento de artes plásticas da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo - ECA/USP.
Gravadora, pintora, desenhista, ilustradora, teórica da arte e professora, Fayga Ostrower chegou ao Rio de Janeiro em 1934. Cursou Artes Gráficas na Fundação Getúlio Vargas (FGV), em curso coordenado por Tomás Santa Rosa. Seus professores foram Axl Leskoschek, Carlos Oswald, Hanna Levy-Deinhard, entre outros. Em 1955, viajou por um ano para Nova York com uma Bolsa de estudos da Fullbright.
Realizou exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior. Seus trabalhos se encontram nos principais museus brasileiros, da Europa e das Américas. Recebeu numerosos prêmios, entre os quais, o Grande Prêmio Nacional de Gravura da Bienal de São Paulo (1957) e o Grande Prêmio Internacional da Bienal de Veneza (1958); nos anos seguintes, o Grande Prêmio nas bienais de Florença, Buenos Aires, México, Venezuela e outros.
Entre os anos de 1954 e 1970, desenvolveu atividades docentes na disciplina de Composição e Análise Crítica no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. No decorrer da década de 60, lecionou no Spellman College, em Atlanta, EUA; na Slade School da Universidade de Londres, Inglaterra, e, posteriormente, como professora de pós-graduação, em várias universidades brasileiras. Durante estes anos desenvolveu também cursos para operários e centros comunitários, visando a divulgação da arte. Proferiu palestras em inúmeras universidades e instituições culturais no Brasil e no exterior.
Foi presidente da Associação Brasileira de Artes Plásticas entre 1963 e 1966. De 1978 a 1982, presidiu a comissão brasileira da International Society of Education through Art, INSEA, da Unesco. Em 1969, a Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, publicou álbum de gravuras suas, realizadas entre 1954 e 1966. É membro honorário da Academia delle Arti Dell Disegno de Florença, Itália. Fez parte do Conselho Estadual de Cultura do Rio de Janeiro de 1982 a 1988. Em 1972, foi agraciada com a condecoração Ordem do Rio Branco. Em 1998, foi condecorada com o Prêmio do Mérito Cultural pelo Presidente da República do Brasil. Em 1999, recebeu o Grande Prêmio de Artes Plásticas do Ministério da Cultura.
Seus livros sobre questões de arte e criação artística são: Criatividade e Processos de Criação (Editora Vozes, RJ); Universos da Arte (Editora da Unicamp, SP); Acasos e Criação Artística (Editora da Unicamp, SP); A Sensibilidade do Intelecto (Prêmio Literário Jabuti, em 1999); Goya, Artista Revolucionário e Humanista (Editora Imaginário, SP) e A Grandeza Humana: Cinco Séculos, Cinco Gênios da Arte. Publicou numerosos artigos e ensaios na imprensa e na mídia eletrônica. A biografia Fayga Ostrower foi lançada em 2002 pela Editora Sextante - RJ.
Fayga foi casada com Heinz Ostrower, historiador cuja biblioteca foi doada para o Arquivo Edgard Leuenroth, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas, em Campinas, São Paulo. Deixou dois filhos, Anna Leonor (Noni) e Carl Robert; e três netos, João Rodrigo, Leticia e Tatiana.
Nascida em 1920 na cidade de Lodz, Polônia, a artista faleceu no Rio de Janeiro, em 2001.
Waldemar Cordeiro. (Roma, Itália 1925 - São Paulo SP 1973). Artista plástico, designer, ilustrador, paisagista, urbanista, jornalista e crítico de arte. Nascido em Roma e filho de uma italiana e um brasileiro, é contudo registrado na Embaixada do Brasil, tendo portanto nacionalidade brasileira. Estuda no Liceu Tasso e na Accademia di Belle Arti. No início da década de 1940, durante o regime fascista, convive com membros do Partido Comunista italiano. O vínculo com o comunismo é mantido ao longo de sua vida. Começa a trabalhar como caricaturista, em 1943, para o jornal satírico Petirosso. Viaja ao Brasil para conhecer o pai, em 1946. Em São Paulo, começa a trabalhar como jornalista e crítico de artes na Folha da Manhã. Em 1947, pinta, com Bassano Vaccarini (1914-2002), os murais de Santa Rita, na Igreja Bom Jesus do Brás, em São Paulo. Retorna à Itália em 1948, momento em que inicia suas primeiras produçõesabstratas. De volta definitivamente ao Brasil, em 1949, participa da mostra inaugural do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), intitulada Do Figurativismo ao Abstracionismo. Além da pintura e da crítica, desenvolve amplo trabalho no campo do paisagismo. Mesmo mantendo uma postura crítica em relação ao projeto da Bienal Internacional de São Paulo, participa da primeira mostra, em 1951, e de diversas edições subsequentes. Torna-se teórico e líder do Grupo Ruptura, de caráter concreto, fundado em 1952, com a realização de exposição homônima no MAM/SP e lançamento de um manifesto. Em 1953, inaugura seu escritório de paisagismo, Jardins de Vanguarda. Participa, em 1956, da 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, realizada no MAM/SP. Realiza viagem à Europa em 1964 onde fortalece vínculos com artistas ligados ao Groupe de Recherche d'Art Visuel e se interessa também pelaarte pop norte-americana, com forte presença na Bienal de Veneza daquele ano. Começa a série dos Popcretos, com Augusto de Campos. Em 1965, participa da exposição Opinião 65, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ). Em 1968, dá início às pesquisas de arte em computador, em parceria do físico Giorgio Moscati. Em 1971, organiza a exposição Arteônica. No ano seguinte ajuda a criar o Instituto de Artes da Universidade Estadual de Campinas (IA/Unicamp), dirigindo o Centro de Processamento de Imagens.
Angelo Rodrigo de Aquino (Belo Horizonte MG 1945 - Rio de Janeiro 2007). Pintor e desenhista. Muda-se para o Rio de Janeiro por volta de 1960. Na década de 1960, inicia formação artística no ateliê de pintor e escultor Roberto Moriconi (1932 - 1993), e convive com artistas Rubens Gerchman (1942 - 2008), Roberto Magalhães (1940) e Antonio Dias (1944). Em 1965, é um dos organizadores do evento Propostas 65, na Fundação Armando Álvares Penteado - Faap, São Paulo. Como ilustrador e escritor, colabora na revista Cadernos Brasileiros. Desde fim dos anos 1960 até a metade da década de 1970, produz obras conceituais, e passa posteriormente à pintura abstrato-geométrica. Em 1970, residindo em Milão, inicia a edição de pequenas publicações de vanguarda. De volta ao Brasil, realiza trabalhos em vídeo e filmes de artista, dos quais é considerado um dos precursores no país. Organiza, com Walter Zanini, a mostra Prospectiva 74, no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - MAC/USP. No início dos anos 1980, passa a dedicar-se à pintura figurativa. Em 1984, cria o personagem cão Rex, constantemente retomado em sua produção. Realiza exposição comemorativa dos 10 anos desse personagem, em 1994, no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro - CCBB/RJ, intitulada Rez Faz Dez. Em 1997, publica Vida Rex, reeditado em 2004, quando Aquino comemora 40 anos de pintura, com exposição na Casa França-Brasil, no Rio de Janeiro.
Olívio Tavares Araújo
Crítico e cineasta. Realizou mais de trinta curtas-metragens, boa parte sobre o processo criativo de artistas plásticos brasileiros. Além de intensa atividade como crítico e ensaísta convidado de vários jornais e revistas, no Brasil e no Exterior, tem atuado como curador de mostras de arte, entre elas duas sobre o pintor Alfredo Volpi.
É autor de Imitação, Realidade e Mimese (Imprensa da UFMG, 1963), Thomaz (Grifo, 1980), Volpi: a Construção da Catedral (MAM-SP, 1981) e Dois Estudos sobre Volpi (Funarte, 1986).
Nascido em Belo Horizonte, em 1936, Frederico Moraes exerce esta profissão desde 1956. Em 1966 ele se mudou para o Rio de Janeiro onde escreveu para coluna de artes plásticas do Diário de Notícias (1966-1973) e O Globo (1975 – 1987). Ele também esteve diretamente envolvido com os principais eventos de vanguarda do país, da “Nova Objetividade” ao “Salão da Bússola”, e chegou a organizar ele mesmo algumas das mais importantes ações coletivas da arte brasileira, como “Arte no Aterro”, os “Domingos da Criação” e “Do Corpo à Terra”. Além disso, Frederico colaborou com artigos e ensaios para jornais e revistas especializadas do Brasil, América Latina, Estados Unidos, Europa e Austrália. Entre 1962 e 2008 publicou 39 livros sobre arte brasileira e latino-americana no Brasil, Colômbia, México e Cuba, destacando-se, entre outros títulos: “Artes plásticas: a crise da hora atual” (1975), “Artes plásticas na América Latina: do transe ao transitório” (1979), “Chorei em Bruges” (1983), “O Brasil na visão dos artistas – A natureza e as artes plásticas” (2001) e “Marilia Kranz” (2008). É co-autor de outros 29 livros e autor de 35 catálogos-livros. Realizou a curadoria de 67 exposições e eventos de arte no Brasil e no exterior.
Aracy Abreu Amaral, (São Paulo, 22 de fevereiro de 1930) é uma crítica e curadora de arte atualmente professora-titular de História da Arte pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, também foi diretora da Pinacoteca do Estado de São Paulo (1975-1979) e do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (1982-1986) e membro do Comitê Internacional de Premiação do Prince Claus Fund, em Haia, na Holanda.
Jean Boghici é um colecionador e marchand brasileiro.
Pioneiro no mercado da arte no país, ele começou a comprar obras ainda nos anos 1960. Ele possui um acervo com os mais importantes quadros de artistas brasileiros.
Em Agosto de 2012, parte de seu acervo foi queimado, após seu apartamento pegar fogo. Entre os quadros que se perderam, duas obras-primas brasileiras: "Samba", de Di Cavalcanti, e "A Floresta", de Alberto Guignard.
Ceres Franco.
PROPOSTA 65: ORGANIZADA POR WALDEMAR CORDEIRO E ÂNGELO AQUINO.
OS INDIVÍDUOS QUE ATUAVAM NESSE CIRCUITO,FAZIAM-NO DENTRO DE INSTITUIÇÕES QUE DAVAM RESPALDO A SUAS PRÁTICAS E LEGITIMAVAM SUAS AÇÕES. OS MESMOS INDIVÍDUOS REALIZAVAM VÁRIAS E DIFERENCIADAS ATIVIDADES, O QUE RESTRINGIA BASTANTE AS POSSIBILIDADES DE ENTRADA DE OUTROS, EVIDENCIANDO A POUCA PROFISSIONALIZAÇÃO DESSE SISTEMA (BASTANTE FECHADO).
ESTRUTURA:TUDO QUE PODE / ASPIRA SER CONSIDERADO ARTE.PROCESSO DE LEGITIMAÇÃO: INDIVÍDUOS. TEORIA DA ROTULAÇÃO DE HOWARD BECKER (1977)
Sociólogo norte-americano, nascido em 1928, representante do interacionismo simbólico. Para ele, os comportamentos sociais não se podem explicar a partir de esquemas rigidamente estabelecidos, segundo papéis sociais estereotipados, mas antes pela interação entre sujeitos. O comportamento dos indivíduos só é compreensível a partir das interpretações que cada um faz dos mecanismos de interação social em que se encontra envolvido. Destacam-se os trabalhos que realizou sobre os comportamentos desviantes, nomeadamente em termos de carreiras profissionais.
ROTULAÇÃO: CRIAÇÃO DE REGRAS POR UM DETERMINADO GRUPO. ARTISTA: SUCESSO COMO TAL/ COMPORTAMENTO ARTÍSTICO: CORPO DE CONVENÇÕES. FUNCIONAMENTO DO SISTEMA DA ARTE: PODER DOS INTEGRANTES DE ROTULAR COMO ARTE DETERMINADAS PRODUÇÕES E ROTULAR COMO ARTISTAS DETERMINADAS PESSOAS.ACEITAÇÃO DOS PARES.PODER ROTULADOR DAS INSTITUIÇÕES.PESO DE SUA HISTÓRIA, ARTICULAÇÕES COM DEMAIS INSTITUIÇÕES.
MAM/RJ: atividade específica (sediar mostras): cursos de gravura, ateliê próprio, outros ateliês sob coordenação de Frederico Moraes
MAM/SP: eventos como Panorama da Arte Atual Brasileira, premiações de artistas, seleção anual, nacional dos MELHORES em cada categoria (pintura, desenho, gravura e escultura)
mostra de artistas argentinos da Nova Figuração (além do MAM/RJ), na Galeria Bonino
MASP - Museu de Arte de São Paulo
galeria Arte Aplicada
exposição com MASP: O móvel e Objeto Inusitado
"Estes museus, públicos ou privados, indistintamente, se articulavam e interagiam com o circuito comercial de galerias." P.21
MEIOS DE COMUNICAÇÃO DE MASSA: DIVULGAÇÃO DAS ARTES VISUAIS: JORNAIS, REVISTAS, RÁDIOS, TV. POSIÇÃO DE PODER DENTRO DO SISTEMA DA ARTE.PERIODISTAS, JORNALISTAS QUE SE ESPECIALIZARAM NO TEMA: OLÍVIO TAVARES,
Oswaldo Olney Krüse (São Paulo SP 1939 - Atibaia SP 2006). Fotógrafo. Estuda jornalismo na Escola de Comunicação da Universidade de São Paulo, graduando-se em 1972. Fotógrafo autodidata, começa a realizar colagens em 1965, inspirado pela obra do artista pop norte-americano Robert Rauschemberg. Trabalha, ao longo das últimas três décadas, para importantes órgãos da imprensa ora como fotógrafo, ora como jornalista, ora como crítico de arte, tais como os jornais O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo, e Jornal da Tarde; e as revistas Vogue, IstoÉ, Quatro Rodas, eArte Hoje. Realiza, a partir de 1968, diversas exposições individuais, de colagens, retratos de personalidades dos campos da arte e da cultura, ou ensaios, como aqueles que consagrou ao hotel Copacabana Palace, do Rio de Janeiro, em 1984, e ao Jornal da Tarde, de São Paulo, em 1986. Sua atuação como crítico de arte contribui para a aceitação da produção não consagrada pelo circuito oficial, como aquela que reune na I Mostra do Kitsch da Arte Aplicada, em 1973, ganhadora do Prêmio Comunicação do Ano, concedido pela Associação Paulista de Críticos de Arte.
Harry Laus ficou conhecido em todo o Brasil pelos 30 anos de intensa atividade jornalística, sendo famoso como crítico de artes. Também dedicou-se à carreira de escritor, publicando muitos contos e novelas na França.
Segui a carreira militar, aposentando-se em 1964 - ano do golpe que derrubou o então presidente João Goulart. Seu único romance, Os Papéis do Coronel, serve como testemunho de seu processo literário. Era um escritor dedicado e meticuloso.
Segui a carreira militar, aposentando-se em 1964 - ano do golpe que derrubou o então presidente João Goulart. Seu único romance, Os Papéis do Coronel, serve como testemunho de seu processo literário. Era um escritor dedicado e meticuloso.
Principais Obras:
Os Incoerentes;
Ao Juiz dos Ausentes;
Monólogo de uma Cachorra sem preconceitos;
As Horas de Zenão das Chagas;
Sentinela do Nada e outros.
Ao Juiz dos Ausentes;
Monólogo de uma Cachorra sem preconceitos;
As Horas de Zenão das Chagas;
Sentinela do Nada e outros.
PODER DE ROTULAÇÃO PROPORCIONAL À PENETRAÇÃO DOS PERIÓDICOS EM QUE ATUAVAM.
"Os meios de comunicação, como um todo, não fazem parte do sistema da arte, mas os espaços específicos dedicados às artes se tornam segmentos dele." P. 22
COLUNAS DE ARTE: JORNAIS E REVISTAS: AMPLA CIRCULAÇÃO DESTINADA AO GRANDE PÚBLICO:
- QUANTIDADE DE ADJETIVOS SUPERIOR À DAS DEMAIS MATÉRIAS
- PRESENÇA DE PERSONALIDADES NOS EVENTOS
- CIFRAS ASTRONÔMICAS DAS PEÇAS
- RELAÇÃO DA ARTE COM A DISTINÇÃO E A SOFISTICAÇÃO DE GOSTO
- UTILIZANDO-A COMO CHAMADA EM ANÚNCIOS PUBLICITÁRIOS
DIVULGAVAM UMA IMAGEM SOFISTICADA E ERUDITA DA ARTE, REFORÇANDO O ELITISMO E O SIGNO DE DISTINÇÃO DESSE SISTEMA.
MATÉRIAS SOBRE ARTES VISUAIS: PÁGINAS DE CULTURA. ESPAÇO MÁGICO (PIERRE BOURDIEU). O EQUIVALENTE DA MAGIA NA NOSSA SOCIEDADE ESTÁ EM ELLE OU LE MONDE.
O PAPEL DO ESTADO NO SISTEMA DA ARTE NO BRASIL: AÇÕES DIRETAS
ACADEMIA REAL DE BELAS ARTES: FAMÍLIA REAL PORTUGUESA (MECENATO)
MANUTENÇÃO DE INSTITUIÇÕES PÚBLICAS COMO MUSEUS E ESCOLAS DE ARTE
AÇÕES INDIRETAS: POLÍTICAS CULTURAIS E ECONÔMICAS: DESENVOLVIMENTO DE DETERMINADAS CORRENTES DE ARTE E REPRESSÃO DE OUTRAS. AUTONOMIA: FORTE PRESENÇA.
"O mecenato favoreceu a manutenção de práticas artísticas de consumo restrito e a conservação de objetos e monumentos que testemunham o passado heroico de sua elite." P.23
ESTADO: COMPROMISSO:MANTER VIVA A MEMÓRIA NACIONAL - DOCUMENTOS E OBRAS: GLÓRIA E PODER: CONSTRUÇÃO DE UMA IDENTIDADE. UNIFICADOR SIMBÓLICO - IDEIA DE NAÇÃO - CLASSE DOMINANTE. TERMOS DE CONTROLE POPULAR NA SOCIEDADE MODERNA E CONTEMPORÂNEA.