O Sapato de Cetim (em francês Le Soulier de Satin) (1985) é um filme português de Manoel de Oliveira, falado em francês.
Trata-se de uma co-produção com a França, de iniciativa francesa, adaptação da obra homónima de Paul Claudel, cujocatolicismo se afirma sem rodeios nesta sua obra. Oliveira não hesita em a transformar num filme monumental, de intermináveis planos fixos, de representações estáticas, de longas tiradas, em quadros articulados sem acção, por simples colagem. O filme, que tem cerca de sete horas, caracteriza-se por ser, com Amor de Perdição (1979), uma das suas obras mais teatrais.
O filme teve ante-estreia na Cinemateca Portuguesa, em 24 de Setembro de 1995. Voltou a ser apresentado no cinema King, em Lisboa, em três jornadas (Sábado, dia 1 e Domingo, dia 2 de Novembro de 2003). Do filme existe uma versão televisiva constituída por quatro episódios de noventa minutos cada.
LINK DO FILME NO YOUTUBE: https://www.youtube.com/watch?v=vRODl8ebIp4
"Deveriam existir leis para proteger os conhecimentos adquiridos...será possível que isso não lhe pertença como ocorre em relação a uma casa ou a dinheiro?" P Claudel (p.9)
BENS CULTURAIS. ECONOMIA. LÓGICA ESPECÍFICA. ESCAPAR DO ECONOMICISMO. ESTABELECER CONDIÇÕES EM QUE SÃO PRODUZIDOS OS CONSUMIDORES DESSES BENS E SEUS GOSTOS. DESCREVER MANEIRAS DE APROPRIAÇÃO DAS OBRAS DE ARTE. CONDIÇÕES SOCIAIS DA CONSTITUIÇÃO DO MODO DE APROPRIAÇÃO LEGÍTIMO.
IDEOLOGIA CARISMÁTICA: GOSTOS. MATÉRIA DE CULTURA LEGÍTIMA. DOM DA NATUREZA. OBSERVAÇÃO CIENTÍFICA: AS NECESSIDADES CULTURAIS SÃO O PRODUTO DA EDUCAÇÃO. PRÁTICAS CULTURAIS (MUSEUS, CONCERTOS, EXPOSIÇÕES, LEITURAS), PREFERÊNCIAS EM MATÉRIA DE LITERATURA, PINTURA OU MÚSICA SÃO ASSOCIADAS AO NÍVEL DE INSTRUÇÃO (DIPLOMA ESCOLAR, NÚMERO DE ANOS DE ESTUDO) E À ORIGEM SOCIAL.
PESO RELATIVO DA EDUCAÇÃO FAMILIAR. EDUCAÇÃO PROPRIAMENTE ESCOLAR (EFICÁCIA E DURAÇÃO DEPENDEM DA ORIGEM SOCIAL)GRAU DE RECONHECIMENTO. ENSINO DISPENSADO ÀS PRÁTICAS CULTURAIS PELO SISTEMA ESCOLAR. INFLUÊNCIA DA ORIGEM SOCIAL. CULTURA LIVRE/CULTURA DE VANGUARDA. HIERARQUIA SOCIALMENTE RECONHECIDA NAS ARTES E NO INTERIOR DE CADA UMA DELAS (ESCOLAS, GÊNEROS OU ÉPOCAS). HIERARQUIA SOCIAL DOS CONSUMIDORES. GOSTOS FUNCIONAM COMO MARCADORES DA CLASSE. MANEIRAS DE ADQUIRIR. MANEIRA DE UTILIZAR AS AQUISIÇÕES. IMPONDERÁVEIS DA PRÁTICA. DIFERENTES MODOS DE AQUISIÇÃO, HIERARQUIZADOS, DA CULTURA, PRECOCE OU TARDIO, FAMILIAR OU ESCOLAR (PEDANTES E MUNDANOS). NOBREZA CULTURAL. TÍTULOS DISCERNIDOS PELA ESCOLA. ASCENDÊNCIA PELA QUAL É AVALIADA A ANTIGUIDADE DO ACESSO À NOBREZA.
NOBREZA CULTURAL. PRETEXTO PARA LUTA (SÉCULO XVII). GRUPOS SEPARADOS EM SUA IDEIA SOBRE CULTURA. RELAÇÃO LEGÍTIMA COM A CULTURA E COM AS OBRAS DE ARTE. CONDIÇÕES DE AQUISIÇÃO. DEFINIÇÃO DOMINANTE DO MODO DE APROPRIAÇÃO LEGÍTIMA DA CULTURA FAVORECE (NO CAMPO ESCOLAR) AQUELES QUE TIVERAM ACESSO À CULTURA LEGÍTIMA EM UMA FAMÍLIA CULTA, FORA DAS DISCIPLINAS ESCOLARES. DESVALORIZAÇÃO DO SABER E DA INTERPRETAÇÃO ERUDITA EM PROVEITO DA EXPERIÊNCIA DIRETA E DO SIMPLES DELEITE.
LÓGICA DA LEITURA DA OBRA DE ARTE: FUNDAMENTO OBJETIVO. OBRA DE ARTE ADQUIRE SENTIDO, INTERESSE PARA QUEM É DOTADO DO CÓDIGO SEGUNDO A QUAL ELA É CODIFICADA. OPERAÇÃO (CONSCIENTE OU INCONSCIENTE) DO SISTEMA DE ESQUEMAS DE PERCEPÇÃO E APRECIAÇÃO QUE CONSTITUI A CULTURA PICTÓRICA OU MUSICAL: CONDIÇÃO DISSIMULADA DESTA FORMA ELEMENTAR DE CONHECIMENTO: RECONHECIMENTO DOS ESTILOS.ESPECTADOR DESPROVIDO DO CÓDIGO É SUBMERSO, AFOGADO DIANTE DO CAOS DE SONS E DE RITMOS, CORES E LINHAS, SEM TOM NEM SOM.ADOTAR A DISPOSIÇÃO ADEQUADA. LIMITA-SE ÀS PROPRIEDADES SENSÍVEIS SEGUNDO PANOFSKY.
Erwin Panofsky foi um crítico e historiador da arte alemão, um dos principais representantes do chamado método iconológico, estudos acadêmicos em iconografia.
PELE AVELUDADA. RENDA VAPOROSA. RESSONÂNCIAS AFETIVAS. CORES, MELODIAS AUSTERAS E ALEGRES.PASSAR DA CAMADA PRIMÁRIA DO SENTIDO PARA ADENTRAR NA EXPERIÊNCIA EXISTENCIAL (CAMADA DE SENTIDOS SECUNDÁRIOS).REGIÃO DO SENTIDO DO SIGNIFICADO. CONCEITOS, SUPERANDO AS PROPRIEDADES SENSÍVEIS, CARACTERÍSTICAS ESTILÍSTICAS DA OBRA.
ENCONTRO COM A OBRA NADA TEM A VER COM UM PRETENSO AMOR À PRIMEIRA VISTA. FUSÃO AFETIVA (EINFÜHLUNG) DÁ O PRAZER DO AMOR PELA ARTE. ATO DE CONHECIMENTO, OPERAÇÃO DE DECIFRAÇÃO E DECODIFICAÇÃO. ACIONAMENTO DE UM PATRIMÔNIO COGNITIVO E COMPETÊNCIA CULTURAL.TEORIA TIPICAMENTE INTELECTUALISTA DA PERCEPÇÃO ARTÍSTICA CONTRADIZ A EXPERIÊNCIA DOS APRECIADORES. AQUISIÇÃO DA CULTURA LEGÍTIMA, FAMILIARIZAÇÃO INSENSÍVEL NO ÂMAGO DA FAMÍLIA. FAVORECE UMA EXPERIÊNCIA ENCANTADA DA CULTURA. ESQUECIMENTO DA AQUISIÇÃO E A IGNORÂNCIA DOS INSTRUMENTOS DE APROPRIAÇÃO. EXPERIÊNCIA DO PRAZER ESTÉTICO ACOMPANHADA PELO MAL-ENTENDIDO ETNOCÊNTRICO. APLICAÇÃO DE CÓDIGO IMPRÓPRIO.OLHAR PURO PARA AS OBRAS PELO ESPECTADOR CULTO NADA TEM EM COMUM COM O OLHAR MORAL E ESPIRITUAL DOS ARTISTAS DO QUATTROCENTRO. CONJUNTO DAS DISPOSIÇÕES COGNITIVAS E AVALIADORAS DO MUNDO E DA REPRESENTAÇÃO PICTÓRICA DO MUNDO. CLIENTES DOS TRABALHOS DE ARTISTAS: FILIPPO LIPPI, DOMENICO GHIRLANDAIO, PIERRO DELLA FRANCESCA INVESTIAM NAS OBRAS DE ARTE AS DISPOSIÇÕES MERCANTIS DE HOMENS DE NEGÓCIOS. CÁLCULO IMEDIATO DAS QUANTIDADES E DOS PREÇOS. CRITÉRIOS DE APRECIAÇÃO: CARESTIA DAS CORES ESTANDO NO TOPO DA HIERARQUIA O DOURADO E O ULTRAMAR.
Fra Filippo Lippi, ou simplesmente Lippo Lippi, (c.1406-1469) foi um conhecido pintor florentino do Renascimento.
Lippi foi patrocinado principalmente pelos Médici e dentre seus trabalhos podem-se citar: os afrescos da Capela dos Médici; A Virgem e Menino com Anjos (1467 – 1475) e; A Virgem e Menino com História da Vida de Sant'Ana (1452).
Aos oito anos de idade, a sua tia internou-o num mosteiro carmelita na Toscânia. A vida religiosa, porém, não lhe caiu bem, como descreve Giorgio Vasari em seu livro "As Vidas dos Artistas":
- "Ao invés de estudar, ele passava todo o tempo rabiscando desenhos em seus livros e nos dos outros, o que naturalmente levou a que o monsenhor lhe desse todas as oportunidades possíveis para que aprendesse a pintar."
Durante trabalhos na cidade de Prato, apaixonou-se por uma noviça chamada Lucrezia Buti filha de Francesco Buti e Caterina Ciacchi. Com ela teve um filho, Filippino Lippi, que também se tornou pintor.
Domenico Ghirlandaio foi um pintor renascentista italiano contemporâneo de Botticelli e Filippino Lippi. Formou toda uma geração de excelentes artistas. Michelangelo foi um dos seus aprendizes.
Piero Della Francesca foi um pintor italiano do Quattrocento, nome dado à segunda fase do movimento Renascentista italiano.
OLHO: PRODUTO DA HISTÓRIA REPRODUZIDO PELA EDUCAÇÃO. MODO DE PERCEPÇÃO ARTÍSTICA QUE SE IMPÕE ATUALMENTE COMO LEGÍTIMA.DISPOSIÇÃO ESTÉTICA: CAPACIDADE DE CONSIDERAR EM SI MESMA E POR ELA MESMA EM SUA FORMA (NÃO FUNÇÃO). OBRAS DE ARTE LEGÍTIMAS MAS TODAS AS COISAS DO MUNDO, INCLUSIVE OBRAS CULTURAIS QUE AINDA NÃO FORAM CONSAGRADAS: ARTES PRIMITIVAS, FOTOGRAFIA POPULAR, KITSCH, OBJETOS NATURAIS. OLHAR PURO: INVENÇÃO HISTÓRICA CORRELATA AO CAMPO DE PRODUÇÃO ARTÍSTICA AUTÔNOMO. CAPAZ DE PRODUZIR SUAS PRÓPRIAS NORMAS PARA A PRODUÇÃO E O CONSUMO DE SEUS PRODUTOS.
PINTURA PÓS-IMPRESSIONISTA. ARTE COMO PRODUTO DE UMA INTENÇÃO ARTÍSTICA: MODO DE REPRESENTAÇÃO SOBRE O OBJETO DA REPRESENTAÇÃO. ATENÇÃO EXCLUSIVA A FORMA.
INTENÇÃO PURA DO ARTISTA: PRODUTOR QUE PRETENDE SER AUTÔNOMO, DONO DE SEU PRODUTO, TENTE A RECUSAR OS PROGRAMAS IMPOSTOS PELOS INTELECTUAIS E LETRADOS. VELHA HIERARQUIA DO FAZER E DO DIZER DAS INTERPRETAÇÕES ACRESCENTADAS A POSTERIOR SOBRE SUA OBRA. PRODUÇÃO DE OBRA ABERTA, INTRÍNSECA, POLISSÊMICA: ÚLTIMO ESTÁGIO DA CONQUISTA DA AUTONOMIA ARTÍSTICA PELOS POETAS E SUA IMAGEM. PINTORES PERMANECERAM DURANTE MUITO TEMPO TRIBUTÁRIOS DOS ESCRITORES E SEU TRABALHO DE FAZER-VER E FAZER-VALER. AFIRMAR A AUTONOMIA DA PRODUÇÃO: O ARTISTA É SENHOR: A FORMA, A MANEIRA E O ESTILO EM RELAÇÃO AO INDIVÍDUO (REFERENTE EXTERIOR): SE INTRODUZ A SUBORDINAÇÃO A FUNÇÕES. MESMO A MAIS ELEMENTAR: REPRESENTAR, SIGNIFICAR E DIZER ALGO. RECUSA O RECONHECIMENTO DE QUALQUER OUTRA NECESSIDADE ALÉM DAQUELA DA TRADIÇÃO DA DISCIPLINA ARTÍSTICA.PASSAGEM DE UMA ARTE QUE IMITA A NATUREZA PARA UMA ARTE QUE IMITA A ARTE. EM SUA HISTÓRIA PRÓPRIA ENCONTRAMOS O PRINCÍPIO DE SUAS EXPERIMENTAÇÕES E RUPTURAS COM A TRADIÇÃO.
REFERÊNCIA A SUA HISTÓRIA CIRCUNSCRITA NO BOJO DA HISTÓRIA DA ARTE. APELO A OLHA HISTÓRICO. A REFERÊNCIA NÃO É EXTERIOR (REALIDADE), REPRESENTAÇÃO OU DESIGNAÇÃO, MAS AO UNIVERSO DAS OBRAS DE ARTE DO PASSADO E DO PRESENTE. PRODUÇÃO ARTÍSTICA ENGENDRADA EM UM CAMPO. A PERCEPÇÃO ESTÉTICA É DIFERENCIAL, RELACIONAL E ATENTA AOS DIFERENTES ESTILOS (HISTÓRICA). PINTOR NAÏF (INGÊNUO) ESTÁ FORA DO CAMPO DE PRODUÇÃO QUE ATINGIU ELEVADO GRAU DE AUTONOMIA. ARTE NAÏF É DE UMA COMPETÊNCIA CULTURAL ESPECÍFICA: CULTURA HISTÓRICA QUE PERMITE IDENTIFICAR OS TRAÇOS DISTINTIVOS, REFERENDO-OS AO UNIVERSO DAS POSSIBILIDADES SUBSTITUÍVEIS. SIMPLES FREQUENCIA DAS OBRAS OU APRENDIZAGEM IMPLÍCITA ANÁLOGA ÀQUELA QUE PERMITE RECONHECER SEM REGRAS NEM CRITÉRIOS EXPLÍCITOS, ROSTOS FAMILIARES. CONTROLE QUE PERMANECE NO ESTADO PRÁTICO, PERMITE IDENTIFICAR ESTILOS, MODOS DE EXPRESSÃO CARACTERÍSTICOS DE UMA ÉPOCA, CIVILIZAÇÃO OU ESCOLA SEM QUE OS TRAÇOS CONSTITUTIVOS DA ORIGINALIDADE DE CADA UM SEJA CLARAMENTE DISTINGUIDOS E ENUNCIADOS.ENTRE OS PROFISSIONAIS DA ATRIBUIÇÃO, OS CRITÉRIOS QUE DEFINEM AS PROPRIEDADES ESTILÍSTICAS DAS OBRAS-TESTEMUNHO PERMANECEM IMPLÍCITOS.
OLHAR PURO: RUPTURA COM ATITUDE HABITUAL EM RELAÇÃO AO MUNDO. O MUNDO EM SUA PLENA REALIZAÇÃO É UMA RUPTURA SOCIAL. É POSSÍVEL ACREDITAR EM ORTEGA Y GASSET: ARTE MODERNA COMO UMA RECUSA SISTEMÁTICA DE TUDO QUE É HUMANO, GENÉRICO E COMUM. EM OPOSIÇÃO AO SABER, AS PAIXÕES, AS EMOÇÕES E OS SENTIMENTOS EXPERIMENTADOS PELOS HOMENS COMUNS EM SUA EXISTÊNCIA COMUM. ESTÉTICA POPULAR ESTIVESSE BASEADA NA AFIRMAÇÃO DA CONTINUIDADE DA ARTE E DA VIDA QUE IMPLICA A SUBORDINAÇÃO DA FORMA À FUNÇÃO.
José Ortega y Gasset foi um filósofo, ensaísta, jornalista e ativista político espanhol. Foi o principal expoente da teoria da razão vital e histórica, situado no movimento novecentista.
ASPECTO VISÍVEL NO CASO DO ROMANCE E TEATRO DO TIPO QUE O PÚBLICO POPULAR RECUSA A EXPERIMENTAÇÃO FORMAL E TODOS OS EFEITOS DE DISTANCIAMENTO DAS CONVENÇÕES ACEITAS (CENÁRIO, INTRIGA) TENTEM A COLOCAR O ESPECTADOR DISTANTE, IMPEDINDO-O DE ENTRAR NO JOGO E IDENTIFICAR-SE COMPLETAMENTE COM OS PERSONAGENS.
Eugen Bertholt Friedrich Brecht foi um destacado dramaturgo, poeta e encenador alemão do século XX.
O teatro épico apresenta o distanciamento brechtiano como uma de suas ferramentas.
Segundo Brecht “distanciar um acontecimento ou um caráter significa antes de tudo retirar do
acontecimento ou do caráter aquilo que parece óbvio, o conhecido, o natural, e lançar sobre eles
o espanto e a curiosidade”.
A expressão Nouveau roman refere-se a um movimento literário francês dos anos 1950 que diverge dos gêneros literários clássicos.
TEORIA ESTÉTICA: DESPRENDIMENTO E DESINTERESSE: ÚNICA MANEIRA DE RECONHECER A OBRA DE ARTE PELO QUE ELA É. AUTÔNOMA.ESTÉTICA POPULAR: IGNORA A RECUSA DA ADESÃO FÁCIL NA ORIGEM DO GOSTO PELAS EXPERIMENTAÇÕES FORMAIS. JULGAMENTOS POPULARES SOBRE A PINTURA OU A FOTOGRAFIA, APRESENTA-SE COMO O EXATO OPOSTO DA ESTÉTICA KANTIANA. A ESPECIFICIDADE DO JULGAMENTO ESTÉTICO SEGUNDO KANT ESTABELECEU A DISTINÇÃO ENTRE O QUE AGRADA E O QUE DÁ PRAZER. DISCERNIU O DESINTERESSE COMO ÚNICA GARANTIA DA QUALIDADE PROPRIAMENTE ESTÉTICA DA CONTEMPLAÇÃO E DO INTERESSE DA RAZÃO QUE DEFINE O BOM.OS INDIVÍDUOS DAS CLASSES POPULARES (PARA QUEM TODA IMAGEM DEVE TER UMA FUNÇÃO NEM QUE SEJA A DE SIGNO) MANIFESTAM EM SEUS JULGAMENTOS A REFERÊNCIA ÀS NORMAS DA MORAL OU DO DECORO. CRÍTICAS OU ELOGIOS: APRECIAÇÃO REFERE-SE A UM SISTEMA DE NORMAS COM PRINCÍPIO SEMPRE ÉTICO.
ESQUEMA DO ETHOS APLICADO ÀS OBRAS LEGÍTIMAS E AS CIRCUNSTÂNCIAS COMUNS DA VIDA: OPERA UMA REDUÇÃO SISTEMÁTICA DAS COISAS DA ARTE OU COISAS DA VIDA. ETHOS:
conjunto dos costumes e hábitos fundamentais, no âmbito do comportamento (instituições, afazeres etc.) e da cultura (valores, ideias ou crenças), característicos de uma determinada coletividade, época ou região.
"o é. da Antiguidade grega, do povo brasileiro, dos nordestinos"
O GOSTO POPULAR E A PRÓPRIA SERIEDADE QUE ELE INVESTE NAS FICÇÕES E REPRESENTAÇÕES INDICAM AO CONTRÁRIO, QUE O GOSTO PURO OPERA UMA SUSPENSÃO DA ADESÃO INGÊNUA. DIMENSÃO DE UMA RELAÇÃO QUASE LÚDICA COM AS NECESSIDADES DO MUNDO.INTELECTUAIS ACREDITAM MAIS NA REPRESENTAÇÃO (LITERATURA, PINTURA, TEATRO) QUE NAS COISAS REPRESENTADAS.O POVO EXIGE QUE AS REPRESENTAÇÕES E AS CONVENÇÕES QUE AS REGULAM PERMITAM ACREDITAR INGENUAMENTE NAS COISAS REPRESENTADAS. ESTÉTICA PURA ENRAÍZA-SE EM UMA ÉTICA E NO ETHOS DO DISTANCIAMENTO DAS NECESSIDADES DO MUNDO NATURAL E SOCIAL PODENDO SE TRANSFORMAR EM AGNOSTICISMO MORAL. A TRANSGRESSÃO ÉTICA SE TORNA UM EXPEDIENTE ARTÍSTICO. ESTETISMO QUE CONSTITUI A DISPOSIÇÃO ESTÉTICA COMO PRINCÍPIO DE APLICAÇÃO UNIVERSAL. CONTESTAÇÃO BURGUESA DO MUNDO SOCIAL.DESPRENDIMENTO DO OLHAR PURO NÃO PODE SER DISSOCIADO DE UMA DISPOSIÇÃO GERAL EM RELAÇÃO AO MUNDO QUE É PRODUTO DAS NECESSIDADES ECONÔMICAS NEGATIVAS (FACILIDADES).
PELA ARTE A DISPOSIÇÃO ESTÉTICA RECEBE SEU TERRENO POR EXCELÊNCIA. EM QUALQUER CAMPO DA PRÁTICA: INTENÇÃO DE SUBMETER AS NECESSIDADES E AS PULSÕES PRIMÁRIAS AO REQUINTE E À SUBLIMAÇÃO. EM TODOS OS CAMPOS A ESTILIZAÇÃO DA VIDA (FORMA EM RELAÇÃO À FUNÇÃO/ MANEIRA EM RELAÇÃO À MATÉRIA).DETERMINAÇÃO DA CLASSE (DISTINÇÃO/DISTINTIVO) DETERMINADA PELA CAPACIDADE DE CONSTITUIR ESTETICAMENTE OBJETOS QUAISQUER OU APLICAÇÃO DE PRINCÍPIOS DE UMA ESTÉTICA PURA NAS ESCOLHAS COMUNS DA EXISTÊNCIA COMUM: CARDÁPIO, VESTUÁRIO, DECORAÇÃO DA CASA. UMA COMPLETA INVERSÃO DA DISPOSIÇÃO POPULAR QUE ANEXA A ESTÉTICA A ÉTICA.
AS CONDIÇÕES ECONÔMICAS E SOCIAIS PRESSUPÕEM AS DIFERENTES MANEIRAS DE ENTRAR E ACREDITAR NAS REALIDADES E FICÇÕES. ESTÃO ESTREITAMENTE LIGADAS ÀS DIFERENTES POSIÇÕES NO ESPAÇO SOCIAL E INSERIDAS NOS SISTEMAS DE DISPOSIÇÕES (HABITUS) CARACTERÍSTICAS DAS DIFERENTES CLASSES E FRAÇÕES DE CLASSE.O GOSTO CLASSIFICA: SUJEITOS SOCIAIS DISTINGUEM-SE PELAS DISTINÇÕES ENTRE BELO E FEIO, DISTINTO E VULGAR. PELO INTERMÉDIO DO GOSTO EXPRIME-SE OU TRADUZ-SE A POSIÇÃO DOS SUJEITOS NAS CLASSIFICAÇÕES OBJETIVAS.ANÁLISE ESTATÍSTICA MOSTRA QUE OPOSIÇÕES DE ESTRUTURA EM MATÉRIA DE CONSUMO CULTURAL ENCONTRAM-SE TAMBÉM EM MATÉRIA DE CONSUMO ALIMENTAR. QUANTIDADE E QUALIDADE, GRANDE COMILANÇA E QUITUTES, SUBSTÂNCIA OU FORMA.GOSTO DE NECESSIDADE (ALIMENTOS MAIS NUTRITIVOS E ECONÔMICOS) E O GOSTO DE LIBERDADE OU DE LUXO (TENDE A DESLOCAR A ÊNFASE DA MATÉRIA PARA A MANEIRA POR UM EXPEDIENTE DE ESTILIZAÇÃO QUE EXIGE QUE AS FORMAS CONTESTEM SUAS FUNÇÕES.
CIÊNCIA DO GOSTO E DO CONSUMO CULTURAL: TRANSGRESSÃO NÃO-ESTÉTICA. DEVE ABOLIR A FRONTEIRA SAGRADA QUE TRANSFORMA A CULTURA LEGÍTIMA EM UM UNIVERSO PARALELO. RELAÇÃO INTELIGÍVEIS QUE UNEM ESCOLHAS INCOMENSURÁVEIS. PREFERÊNCIAS EM MATÉRIA DE MÚSICA, CARDÁPIO, PINTURA, ESPORTE, LITERATURA, PENTEADO.CONSUMO ESTÉTICO NO UNIVERSO DO CONSUMO COMUM REVOGA A OPOSIÇÃO (KANTIANA) NA ORIGEM DA ESTÉTICA ERUDITA. GOSTO DOS SENTIDOS E O GOSTO DA REFLEXÃO. PRAZER FÁCIL, SENSÍVEL, DOS SENTIDOS E O PRAZER PURO. SÍMBOLO DE EXCELÊNCIA MORAL E CAPACIDADE DE SUBLIMAÇÃO DO HOMEM VERDADEIRAMENTE HUMANO.CULTURA É O PRODUTO DESTA DIVISÃO MÁGICA E TEM VALOR DE SAGRADO. A CONSAGRAÇÃO CULTURAL SUBMETE OS OBJETOS, PESSOAS E SITUAÇÕES A UMA PROMOÇÃO ONTOLÓGICA DE TRANSUBSTANCIAÇÃO. 2 JULGAMENTOS: DANÇARINAS NUAS, ENDOIDECIDAS OU BACANTES NA OPÉRA CONSERVAM UMA PUREZA INALTERÁVEL.ATITUDES OBSCENAS COMO SIMULACROS DE COITO CHOCANTES PARA O OLHAR.INSERÇÃO DE TAIS GESTOS NOS BALÉS CONFERE-LHES UM ASPECTO ESTÉTICO E SIMBÓLICO. CENAS ÍNTIMAS EXIBIDAS COTIDIANAMENTE NO CINEMA. NU É BREVE E EXERCE REDUZIDO EFEITO CÊNICO. NADA DO QUE É COMERCIAL É CASTO OU INOCENTE. NÃO É CHOCANTE NO ENTANTO PODE SER CRITICADO POR TER SERVIDO DE ATRATIVO PARA O SUCESSO DA PEÇA. NUDEZ DE HAIR CARECE DE DIMENSÃO SIMBÓLICA. NEGAÇÃO DA FRUIÇÃO INFERIOR, GROSSEIRA, VULGAR, SERVIL: NATURAL QUE CONSTITUI O SAGRADO CULTURAL. AFIRMAÇÃO DA SUPERIORIDADE DAQUELES QUE SE SATISFAZEM COM PRAZERES SUBLIMADOS, REQUINTADOS, DESINTERESSADOS, GRATUITOS, DISTINTOS, INTERDITADOS PARA SEMPRE AOS SIMPLES PROFANOS. ARTE E O CONSUMO ARTÍSTICO DESEMPENHAM INDEPENDENTEMENTE DE NOSSA VONTADE E DE NOSSO SABER UMA FUNÇÃO SOCIAL DE LEGITIMAÇÃO DAS DIFERENÇAS SOCIAIS.