Vive-se em uma sociedade que continuamente convive e incorpora a simlutaneidade pretendida pelos dispositivos que mediam a comunicação, capazes de tornar todo indivíduo "presente" e acessível a qualquer outro, mesmo que distantes fisicamente. As pessoas vêm sendo transformadas individual e coletivamente pela maneira como se utilizam e apropriam da tecnologia e como esta, em cada momento da história, tende a transformar ou colocar a percepção de seus usuários em uma nova relação.
Este trabalho consiste em um espaço que o público possa penetrá-lo e seja transportado à lugares possíveis, entendendo a instalação como possibilidade de deslocamento da realidade. A idéia principal é (re)elaborar situações nas quais minha relação telepresente[1] com os clientes impulsiona a criação de identidades imaginárias a partir do meu cotidiano numa empresa de telemarketing/callcenter, onde trabalho. Dados consultados no computador como: data de nascimento, cidade, endereço, entre outros não são suficientes para afirmar como estas pessoas são na sua vida real; até mesmo a voz dos clientes não pode determinar aspectos de sua fisionomia. A partir daí o que me motiva nessa proposta é o mistério que envolve quem está do outro lado da linha e conseqüentemente, a busca de identidades físicas e palpáveis. O processo inicial dessa surge pelo contato freqüente com sujeitos ocultos.