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quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Encruzilhadas contemporâneas: lugares possíveis na arte - Orlando Franco Maneschy (org.)

CENA COMPLEXA: em que uma escultura pode ser um vestígio de uma performance, uma instalação remete a construção de um desenho...
CONVITE QUE A ARTE NOS FAZ: observar, refletir, compreender, perceber e experimentar o momento em que nos encontramos 

ARTE E CONHECIMENTO: ANDRÉA FEIJÓ

paralelo entre arte e ciência a partir de uma perspectiva histórica: o momento em que começaria a emergir uma nova consciência nos domínios da arte e da ciência que possibilitaria pensar uma CONEXÃO ENTRE ESSAS DUAS ÁREAS DE CONHECIMENTO

ARTE MODERNA: 1880 - 1960. Danto: impressionistas (Manet, primeiro pintor moderno): a arte com perfil estilístico que rompeu com a representação naturalista

2 momentos importantes para o pensamento filosófico ocidental
1-REVERSÃO para o EU PENSO cartesiano
2-REVERSÃO para a LINGUAGEM - filosofia kantiana

A aproximação entre arte e ciência não foi desde sempre reconhecida.
OPOSIÇÃO entre o conhecimento sensível e o racional
CONCEPÇÃO DICOTÔMICA entre o sensível e o inteligível
SOBERANIA do conhecimento RACIONAL SOBRE O SENSÍVEL

René Descartes (La Haye en Touraine31 de março de 1596 –Estocolmo11 de fevereiro de 1650) foi um filósofofísico ematemático francês. Durante a Idade Moderna, também era conhecido por seu nome latino Renatus Cartesius.
Notabilizou-se sobretudo por seu trabalho revolucionário na filosofia e naciência, mas também obteve reconhecimento matemático por sugerir a fusão da álgebra com a geometria - fato que gerou a geometria analíticae o sistema de coordenadas que hoje leva o seu nome. Por fim, foi também uma das figuras-chave na Revolução Científica.
Descartes, por vezes chamado de "o fundador da filosofia moderna" e o "pai da matemática moderna", é considerado um dos pensadores mais importantes e influentes da História do Pensamento Ocidental. Inspirou contemporâneos e várias gerações de filósofos posteriores; boa parte da filosofia escrita a partir de então foi uma reação às suas obras ou a autores supostamente influenciados por ele. Muitos especialistas afirmam que, a partir de Descartes, inaugurou-se o racionalismo da Idade Moderna. Décadas mais tarde, surgiria nas Ilhas Britânicas um movimento filosófico que, de certa forma, seria o seu oposto - oempirismo, com John Locke e David Hume.
O pensamento de Descartes é revolucionário para uma sociedade feudalista em que ele nasceu, onde a influência da Igreja ainda era muito forte e quando ainda não existia uma tradição de "produção de conhecimento". Aristóteles tinha deixado um legado intelectual que o clero se encarregava de disseminar.
Foi um dos precursores do movimento, considerado o pai do racionalismo, e defendeu a tese de que a dúvida era o primeiro passo para se chegar ao conhecimento.
Descartes viveu numa época marcada pelas guerras religiosas entre Protestantes e Católicos na Europa - a Guerra dos Trinta Anos. Viajou muito e viu que sociedades diferentes têm crenças diferentes, mesmo contraditórias. Aquilo que numa região é tido por verdadeiro, é considerado ridículo, disparatado e falso em outros lugares.
Descartes viu que os "costumes", a história de um povo, sua tradição "cultural" influenciam a forma como as pessoas veem e pensam naquilo em que acreditam.

Descartes é considerado o primeiro filósofo moderno . A sua contribuição à epistemologia é essencial, assim como àsciências naturais por ter estabelecido um método que ajudou no seu desenvolvimento. Descartes criou, em suas obrasDiscurso sobre o método e Meditações - a primeira escrita em francês, a segunda escrita em latim, língua tradicionalmente utilizada nos textos eruditos de sua época - as bases da ciência contemporânea.
método cartesiano consiste no ceticismo metodológico - que nada tem a ver com a atitude cética: duvida-se de cada ideia que não seja clara e distinta. Ao contrário dos gregos antigos e dos escolásticos, que acreditavam que as coisas existem simplesmente porque "precisam" existir, ou porque assim deve ser etc., Descartes instituiu a dúvida: só se pode dizer que existe aquilo que puder ser provado, sendo o ato de duvidar indubitável. Baseado nisso, Descartes busca provar a existência do próprio eu (que duvida: portanto, é sujeito de algo. Ego cogito ergo sum, "eu que penso, logo existo") e de Deus.
Também consiste o método de quatro regras básicas:
  • VERIFICAR se existem evidências reais e indubitáveis acerca do fenômeno ou coisa estudada;
  • ANALISAR, ou seja, dividir ao máximo as coisas, em suas unidades mais simples e estudar essas coisas mais simples;
  • SINTETIZAR, ou seja, agrupar novamente as unidades estudadas em um todo verdadeiro;
  • ENUMERAR todas as conclusões e princípios utilizados, a fim de manter a ordem do pensamento.


Arthur Coleman Danto (Ann Arbor1 de janeiro de 1924 — Nova Iorque25 de outubro de 2013) foi um filósofo e crítico de arte americano. Professor emérito de filosofia da Universidade de Columbia (Nova York) desde 1951, é também crítico de arte da revista The Nation. Sua visão do desenvolvimento da arte é inspirada pela dialética histórica de Hegel.
Danto é autor de numerosos artigos e livros de crítica de arte, mas também de filosofia. The Artworld ("O mundo da arte") é o título de um dos seus mais importantes artigos, publicado em 1964, no The Journal of Philosophy. É nele que Danto cunha a expressão "mundo da arte", e por ser mal interpretada, teria levado o filósofo George Dickie a elaborar sua "teoria institucional da arte". Posteriormente, Danto postula a diferença entre a sua interpretação e a de Dickie e esclarece seu pensamento em A transfiguração do lugar comum.
Danto colaborava regularmente para a revista Punch Review e para a revista de arte contemporânea Artforum.
REVERSÃO PARA O "EU PENSO" segundo DANTO: "MENOS COMO AS COISAS SÃO REALMENTE >>> MAIS COMO ALGUÉM CUJA MENTE FOI ESTRUTURADA DE CERTA MANEIRA É OBRIGADO A PENSAR QUE ELAS SÃO" P.8

nesta concepção o verdadeiro conhecimento seria aquele possibilitado pela RAZÃO, refutando tudo o que estaria além ou aquém da compreensão racional. MODELO DE PENSAMENTO RACIONALISTA em que tudo deve ser enquadrado em LINGUAGEM MATEMÁTICA

física quântica


A Física Quântica surgiu como a tentativa de explicar a natureza naquilo que ela tem de menor: os constituintes básicos da matéria e tudo que possa ter um tamanho igual ou menor. Nesta nossa conversa, vamos apresentar alguns princípios e leis fundamentais encontrados através da Física Quântica, como a dualidade onda-partícula e o Princípio da Incerteza. Será, então, discutido o modo como essas leis que governam o universo subatômico podem se refletir no dia-a-dia das pessoas.
A física quântica é uma parte da Física que se diz ser "não intuitiva". Isso quer dizer que muitas partes dela parecem não ser verdade, mas são. Por exemplo, a dualidade onda-partícula diz que partículas se comportam ora como partículas ora como ondas. É uma afirmação no mínimo estranha, bizarra. Mas é o que acontece no mundo real. No nosso dia-a-dia achamos que vivemos num planeta plano, mas não é verdade: nosso mundo é arredondado, num formato chamado esferoide.
Como a física quântica é não intuitiva, ela foi considerada uma falsa teoria. O próprio Einstein (que foi um dos fundadores da física quântica) acreditava que a física quântica estava errada. Mas com o passar do tempo percebeu-se que ela explicava tão bem o resultado das experiências, que tinha de ser verdade.
Nosso dia ocorre numa escala dita macroscópica. São os objetos que podemos enxergar sem a ajuda de lentes ou microscópios atômicos. A física quântica lida com coisas muito, tremendamente pequenas. Muitíssimo menores que um milímetro.
Existem várias partículas do átomo, como os nêutrons (que contêm uma carga neutra e é formado por três quarks) e prótons (carga positiva, também formada por três quarks): juntos eles formam o núcleo atômico.
O mundo em que vivemos é feito de átomos. Os átomos são feitos de coisas ainda menores chamadas quarks e elétrons. Ainda não sabemos se os quarks são feitos de coisas ainda menores. Os átomos, elétrons, quarks e outra coisa tão pequena que ainda não sabemos muito sobre ela, chamada fóton, têm comportamentos bizarros de vez em quando: nunca podemos saber exatamente onde estão. Não é por falta de instrumentos potentes, é uma lei da física, chamada Princípio da Incerteza de Heinsenberg, que diz que nunca saberemos a exata posição das coisas. Nunca saberemos onde os elétrons de um átomo estão exatamente. Nunca. É algo estranhíssimo, mas é a verdade. Há elétrons que, inclusive, somem de um lugar e reaparecem em outro, algo como um teletransporte. Não dá para ver que caminho seguiram para ir de um lugar a outro, só sabemos que eles fazem isso.
Já citamos a dualidade onda-partícula. No mundo em que vivemos, ondas são muito diferentes de objetos. Porém, se tivéssemos o tamanho de átomos, tudo se comportaria como uma onda de vez em quando e como uma partícula outras vezes. Essa foi uma das consequências mais bizarras da física quântica.
Há átomos, como o de Urânio que, do nada, explodem. Nunca sabemos que átomos vão explodir, ou quando, só sabemos que alguns vão e outros não. Aparentemente, nada faz eles explodirem, mas eles explodem. Irritou tanto a Einstein que ele disse sua famosa frase "Deus não joga dados".

COMPLEXIDADE DA REALIDADE E TEIA DE RELAÇÕES - mudanças de postura e entendimento
MODERNIDADE: marcada por uma ascensão a um NOVO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA do mundo em que a DESCONTINUIDADE DOS FENÔMENOS já não permite ver a realidade como UNITÁRIA e DEFINITIVA
DANTO: tendência autocrítica iniciou-se no pensamento ocidental com a filosofia kantiana > reflexos na arte como uma descontinuidade
espírito modernista autoquestionador: A ARTE PASSA A SER O SEU PRÓPRIO TEMA > ABANDONO DA REPRESENTAÇÃO MIMÉTICA


o que torna modernista a pintura moderna é assumir ela própria a tarefa de determinar por si mesma seus próprios efeitos

o modernismo é assim, a era da AUTOCRÍTICA, na pintura, ciência, filosofia, moral
"Nada mais pode ser dado como certo" DANTO, 2006

 modernidade: mudança de interesses na arte. INVENÇÃO DE NOVAS FORMAS DE REALIDADE

experimentação > estrutura formal > próprias leis > estruturar-se como conhecimento

Umberto Eco (Alexandria5 de janeiro de 1932) é um escritorfilósofo,semiólogolinguista e bibliófilo italiano de fama internacional.

obra de arte: estrutura que nasce da fusão de diversos níveis de experiência, resultante de um SISTEMA DE RELAÇÕES

o que resulta da arte: SIGNO implicado em um SISTEMA DE COMUNICAÇÃO que produz complementos do mundo, FORMAS AUTÔNOMAS QUE SE ACRESCENTAM ÀS EXISTENTES, exibindo leis próprias e vida pessoal

TAL ESTRUTURA JOGA COM O MUTÁVEL DOS SIGNIFICADOS: obra aberta como metáfora epistemológica

a forma artística constitui-se uma estrutura significante que REFLETE o modo pelo qual a ciência ou a cultura da época vêem a realidade

arte e ciência: visão semiótica de Eco parecem reconciliar as partes historicamente cindidas do conhecimento

Lucrecia Ferrara

possui graduação em Letras Neo Latinas pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1959), doutorado em Literatura Brasileira pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1964), professor livre-docente pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Usp.É professor titular emérito da Pucsp e professor titular aposentado da USP ( Faculdade de Arquitetura e Urbanismo) Atualmente exerce a função de professor titular junto ao programa de pósgraduação em Comunicação e Semiótica da Universidade Católica de São Paulo.Lider do Grupo de Pesquisa Espaço-Visualidade/Comunicação-Cultura (ESPACC) certificado pela comissão de Pesquisa da PUCSP e pelo Diretório dos Grupos de Pesquisa Nacionais. Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em Teoria da Comunicação, atuando principalmente nos seguintes temas: epistemologia da comunicação, cultura, semiótica, arquitetura e design. 

experimentalismo da arte moderna = síntese da ANTIESTÉTICA MODERNISTA

GRANDE REVOLUÇÃO MODERNISTA > recepção da arte x produção da arte

a arte volta-se para si mesma: rompimento com a objetividade da representação naturalista

novas possibilidades de configuração espacial e significante

ARTE, LINGUAGEM E CONHECIMENTO

natureza intelectual da arte moderna: CONJUNTO progresso-descoberta-experimentação

A ARTE NÃO É, APENAS UMA ATIVIDADE > ciência experimental

modernismo como a ERA DOS MANIFESTOS: trouxe a filosofia ao centro da produção artística

filosofia Kantiana do BELO e do GOSTO ESTÉTICO

aceitar arte = arte significava aceitar a filosofia que a libertava = filosofia como espécie de definição HIPOTÉTICA da verdade

"Tanto o conhecimento científico quanto o artístico envolve operações de caráter sensível e intuitivo, bem como racional" P.12

CIÊNCIA > HIPÓTESES POR INDUÇÃO A PARTIR DE INTUIÇÃO CRIATIVA: habilidade intuitiva para solução de problemas

para KANT: GOSTO = o que se precisa para julgar se uma coisa é bela ou não
GOSTO= é uma faculdade de ajuizamento do belo
A COMPLACÊNCIA NO BELO TEM QUE DEPENDER DA REFLEXÃO SOBRE UM OBJETO
distingue-se do AGRADÁVEL, que assenta inteiramente na sensação

JOGO LIVRE do lógico e do sensível, imaginação criadora e entendimento

"Um jogo subjetivo com regras próprias que legisla a experiência estética seja do ponto de vista de quem CRIA ou de quem JULGA."P.12

experiência estética: estrutura do jogo e sua autonomia
SATISFAÇÃO IMEDIATA X JULGAMENTO


Mário Xavier de Andrade Pedrosa (Timbaúba25 de abril de 1900 — 05 de novembro de 1981) foi um militante político e crítico de arte e literatura brasileiro, iniciador da crítica de arte moderna brasileira e das atividades da Oposição de Esquerda Internacional no Brasil, organização liderada por Leon Trótski.

CIÊNCIA E ARTE: VASOS COMUNICANTES > novas qualidades são chamadas em auxílio para definir AS ESTRANHAS CONCEPÇÕES OBJETIVADAS DA VISÃO CIENTÍFICA ATUALIZADA

As fronteiras entre o sensível e o inteligível começam a se desfazer. PARENTESCO entre a imaginação artística e a imaginação científica

Wilbur Marshall Urban (1873–1952) was an American philosopher of language, influenced by Ernst Cassirer.He wrote also on religionaxiology, ethics andidealism.


A nova concepção de realidade objetivada constitui-se MÚLTIPLA, FRAGMENTADA E ESSENCIALMENTE DINÂMICA

dinamismo intrínseco

O Memorial de Adorno, nas proximidades do Instituto para Pesquisa Social.

A Filosofia de Theodor Adorno, considerada uma das mais complexas doséculo XX, fundamenta-se na perspectiva da dialética. Uma das suas importantes obras, a Dialética do Esclarecimento, escrita em colaboração com Max Horkheimer durante a guerra, é uma crítica darazão instrumental, conceito fundamental deste último filósofo, ou, o que seria o mesmo, uma crítica, fundada em uma interpretação negativa doIluminismo, de uma civilização técnica e da lógica cultural do sistema capitalista (que Adorno chama de "indústria cultural"). Também uma crítica à sociedade de mercado que não persegue outro fim que não o do progresso técnico.

A lógica desse conhecimento SINGULAR estaria subordinada à imaginação e sua verdade só poderia SER REPRESENTADA COMO VERDADE DA SUA INTERIORIDADE. (ADORNO,1982)

A verdade da arte não estaria, portanto, comprometida com o REAL, sujeita a evidência da demonstração

NA FILOSOFIA KANTIANA O SENTIR E O PENSAR RECONCILIAM-SE. a partilha do verdadeiro e do falso não cabe somente à razão.

 O QUE EM MIM SENTE ESTÁ PENSANDO? Fernando Pessoa