- Memorial descritivo
O local escolhido para a montagem foi a sala de pesquisas visuais do Muna que, por ser um espaço relativamente pequeno, concentra o espectador na atmosfera da instalação[1].
Serão apropriados aproximadamente 40 aparelhos de telefone e com ganchos no teto e fios de nylon, os mesmos serão suspensos em alturas variadas. É relevante a busca de vários tipos de aparelho de telefone (celulares, telefones com fio, telefones sem fio, maiores, menores, de cores e formas variadas, modelos mais ultrapassados e modelos de última linha). Quanto mais diferentes entre si os aparelhos, múltiplas serão as leituras do trabalho. O espaço será preenchido com os telefones sempre muito próximos uns aos outros, criando aqui um diálogo com a quantidade exagerada de informações que acessamos todos os dias na sociedade contemporânea. Haverá um espaço não preenchido com telefones, podendo o espectador se posicionar com mais espaço livre, no centro da sala.
Nas cinco paredes que compõem a sala de exposição bem como no chão, serão desenhadas imagens remetendo ao corrido dia-a-dia em um callcenter com representações visuais de situações e dos códigos que viabilizam a comunicação pelo telefone[2].
Onde os scripts são determinantes na conduta dos indivíduos, fechando possibilidades de interação com os clientes, procuro estabelecer novas interpretações das relações entre as pessoas no tempo e espaço contemporâneos, assumindo outros papéis para além de uma simples atendente.
[1] A planta baixa da sala de pesquisas visuais do Muna; altura = 2,40m.
[2] Em anexo alguns desenhos