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sábado, 27 de dezembro de 2014

Vovó Silvina - since 1917

vovó no Hospital Municipal de Udia, um dia antes de sair da internação


Este foi o natal desse ano com a Vovó Silvina. Uma senhora que é Rocha! Silvina Rocha Melo, nasceu em Monte Carmelo, 1917. "Foi seu avó quem levou energia elétrica pra cidade". Vovó mudou-se pra Araguari, onde se casou com meu falecido avô Walderico. Mulher honesta e trabalhadeira, sempre lutou na vida em todos os aspectos, emocional, financeiro, familiar, profissional. Foi costureira de mão cheia, lembro-me bem dos seus moldes feitos com aquele papel rugoso rosa ou marrom. Tudo feito com muito capricho. Sentada na máquina de costura, estava sempre com algum pedaço de linha na boca. Fazia os nossos pedidos caseiros de reformas de roupas, customizava. Vovó fez inúmeros tapetes de crochê também, tenho um que é um P (de Paula). Fez infinitos biquinhos de crochê nas toalhas de rosto bordadas. Essa Vovó que limpava nossos pés sujos de brincar no chão, com pano úmido; Vovó que colocava as roupas brancas pra quarar no sol.Fazia misto quente, mingau de aveia e ovo quente pra gente, com o maior carinho. E seu charuto (mafufo) feito na folha de repolho então que delícia! Minha avó me ensinou muita coisa. Ela conversava comigo sobre todos os assuntos possíveis, desde histórias da fazenda onde ela foi criada, passando pela lavanderia que tinha em Araguari "que tinha 13 empregados", chegando até as experiências recentes do cotidiano em que vivíamos juntas na casa de minha mãe. Até pouco tempo a Vovó Silvina varria o quintal cheio de folhas das jabuticabeiras. Levava-a pra tomar café e almoçar, saíamos passeando com o Plock (o cachorro da minha mãe) na pracinha perto de casa, a pé. A Vovó que viajou muitas vezes pra Aparecida do Norte nas excursões que meu avó realizava, tinha uma fé imensa, devota de vários santos católicos e Nossa Senhora , reza ainda Ave Maria, Pai Nosso e o Credo (este último eu não sei por completo, tenho que acompanhá-la para rezar), mas não com tanto impulso quanto antes. Chegou aos 97 anos lúcida! Tem suas dificuldades próprias da idade e não tem se manifestado muito mais como antigamente devido complicações de saúde mas o que fica muito forte pra mim são os seus ensinamentos: agradecer pela comida todos os dias, ter fé em Deus, valorizar a si mesmo, amar o próximo, zelar pelo seu nome na praça, ter boa educação com os outros, não levantar a voz para os pais ou mais velhos, ter capricho, respeitar os membros da família, não falar mal das pessoas da família ou do lugar de onde o outro nasceu, ser organizada (ordeira), dar bom dia ao próximo, não lavar os cabelos a noite, etc. Vovó eu te amo muito! Você é muito especial pra mim! A senhora que "curou o umbigo dos 4 (Flávio, Carla e Lívia)" foi uma referência muito importante na nossa criação. Nos mostrou como é viver, com amor. Algumas frases memoráveis de Vovó: "Obrigada Senhor pela comida que nos destes, dai a quem não tem" (nas refeições a mesa). Quando estive cuidando da Vovó no pós-operatório da perna quebrada, pude vivenciar um contato único e profundo com este ser humano iluminado.  Eu fiz tudo o que eu pude fazer pra que ela ficasse bem enquanto estava comigo: o sentimento de compaixão e cumplicidade foi presente na nossa relação e sei que ela será muito bem cuidada também quando chegar aos céus...Minha avó é mais que especial: a humildade a fez ser uma pessoa inesquecível. Obrigada Deus por ter permitido viver perto dessa pessoa tão maravilhosa! Sou grata por cada segundo ao seu lado.O que eu fiz pra ajudá-la foi o mínimo que eu pudia fazer para retribuir todo amor que ela já exerceu comigo e fiz o meu melhor, fiz o máximo que eu extraí do meu lado bom, do meu lado amigo, do meu lado carinhoso de ser, neta.Existe muito preconceito e descaso com os idosos no Brasil, mas acredito que podemos aprender muito com eles!



Escrevi alguns diários sobre esses momentos com ela, envolvendo atividades simples mas fundamentais para o dia-a-dia de um idoso. Aqui vão alguns deles:

Sair de casa
sair de casa à passeio ou até mesmo acompanhando alguma tarefa de um familiar ativa os sentidos de  pertencimento social 

quando oportunas as vezes, saímos para tomar café da manhã juntas no supermercado D'Ville na Av. Getúlio Vargas, o mesmo dispõe de uma padaria/rotisseria.

ao chegar ela cumprimenta a atendente. ela se senta e se conforta na cadeira, procura um lugar seguro para apoiar sua bengala.percebe o espaço, as cores, os textos anunciando os produtos do supermercado em promoção. ela observa o movimento das pessoas comprando.ela solicita sempre um café e um pão de queijo. come e enquanto isso conversa sobre outros assuntos que não domésticos. os fatores externos visuais, texturas, espaços influenciam na sua experiência diária enriquecendo-a em cada detalhe.

após a refeição ela questiona o valor e faz cálculos matemáticos. ela ainda tem noção do valor da moeda corrente no país. às vezes ela troca o nome da moeda ou sua questão numérica (cruzeiro, cruzado, 1 real 1 mil), mas a matemática não falha.

a variação desses lugares de visita externa também é bem-vinda considerando que mudando o local também mudarão as referências visuais e as impressões sobre ele.


quando vou estacionar o carro ela faz questão de dizer que posso parar na vaga para IDOSOS porque ela é idosa e eu estou com ela. ou seja, ela percebe a sinalização de trânsito. o que é mais uma referência da realidade e do funcionamento normal das coisas.

Rezar em frente a TV
rezar a missa todos os dias através do canal REDE VIDA

além de ser prazeroso à ela por causa da sua incrível memorização do passo-a-passo de uma missa católica e das falas, vezes extensas, de oração e partes da Bíblia, ela adquire uma relação com o horário do programa na TV.

a simulação de uma missa pela TV é algo hiperrealista pois a água é bentificada. ela deixa um copo ao lado da TV com água e benze esse líquido potável no momento da bênção. e bebe.todo o ritual é estabelecido e marca a sua fé diante de tantos anos de devoção à santos e ao próprio Jesus Cristo.


o volume deve ser alto porque ela não escuta se for baixo e a intenção é ela interagir com o programa, escutar e responder. ela até responde em voz alta. mas ela não consegue se programar, colocar um despertador para tocar na hora do programa. então se faz necessário ligar a TV para ela, também resiste em manipular elementos eletrônicos na falta de conhecimento de seu funcionamento devido ao avanço desenfreado das tecnologias atuais.

Ouvir rádio
ouvir o rádio revitaliza a memória

durante alguns dias percebi que a Vovó ficava deitada no sofá da sala de TV no silêncio, na solidão com ela mesma.

sugeri e liguei o rádio da mesma sala uma primeira vez. independente da estação escolhida, coloquei o som para que ali enquanto ela deita-se (é muito comum vê-la deitada)ela possa estar em contato com a realidade das coisas cotidianas.

faz muita diferença para a sua memória que através do canal de sentido auditivo ela possa lembrar de um cantor, ou uma música, um ritmo, uma situação, uma rua da cidade pela qual passou que é anunciada na propaganda. até mesmo as horas que são informadas periodicamente à trazem pra realidade daquele dia vivido. os nomes que são falados, as letras da músicas.

inclusive no terceiro dia em que o som do rádio foi introduzido, ela depois veio me contar uma música muito engraçada que fazia uma rima: "pelo ronco do motor ela sabe quem chegou". além da memorização da letra da música ela memorizou seu ritmo.

basta dar evasão sensorial através dos nossos canais de sentidos que as experiências acontecem.


por ela mesma não ligaria o radio, ela preferia o silêncio ao barulho pois nem ela mesma sabia da potência que aquilo tem.




Escrever cartas
cartas da Vovó Silvina

hoje propus a ela que escreva todos os dias uma carta à alguém da família. isso vai estimular sua memória e escrita, vocabulário.

depois que ela fez o óculos de grau para perto ela ainda não usou, o oculista disse que seria depois de 3 dias que começaria a funcionar. de fato se ela tentar pode melhorar na escrita e consequentemente aumentar sua auto-estima.

escrevendo para pessoas familiares ela estará se valorizando e pensando em pessoas que a querem bem. a primeira carta veio pra mim, porque eu pedi. amanhã eu vou propor que ela escreva a segunda carta. mesmo com toda sua dificuldade ela escreveu uma página inteira.

me impressiona sua capacidade de assimilação dos fatos e das coisas com seus 96 anos.

Plantas
jogar água nas plantas do quintal e garagem de casa

se todos os dias ela fizer alguma atividade física, mesmo que mínima isso vai aumentar sua auto estima e vai fazer sentir útil no ambiente doméstico.

nada custa aguar o jardim com a mangueira que já está instalada na torneira, em ambas as partes da casa, frente e fundos.isso faz com que ela caminhe e então minimamente esforce suas pernas. braços também são solicitados para direcionar a água às plantas.com a idade os músculos do ser humano se tornam flácidos e fracos. uma atividade constante pode ajudar a reativar esses músculos e eles então tenderão a se estabilizar e se fortalecer, mesmo que minimamente. da mesma maneira nessa idade o corpo não demanda tanta energia e esse mínimo talvez seja o suficiente.

ao jogar água nas plantas ela pode, além de fortalecer os músculos, refletir sobre a natureza e sua beleza intrínseca. o florir, o brotar, o nascer. são experiências que ela já cansou de ver com as experiências da vida mas que podem ser estimuladas a partir desse contato com o dia em sua essência vital. o renascer é infinito.

outros aspectos são considerados nessa simples atividade diária com a água: gravidade, força, volume, fluidez, estado da matéria, fluxo, sentido de crescimento.


as plantas precisam dela. ela precisa das plantas. uma potencializa a vitalidade da outra.


sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Mundo Interior, por Martha Medeiros

"A casa da gente é uma metáfora da nossa vida, é a representação exata e fiel do nosso mundo interior. Li esta frase outro dia e achei perfeito. Poucas coisas traduzem tão bem nosso jeito de ser como nosso jeito de morar. Isso não se aplica, logicamente, aos inquilinos da rua, que têm como teto um viaduto, ainda que eu não duvide que até eles sejam capazes de ter seus códigos secretos de instalação.

No entanto, estamos falando de quem pode ter um endereço digno, seja seu ou de aluguel. Pode ser um daqueles apartamentos amplos, com o pé-direito alto e preço mais alto ainda, ou um quarto e sala tão compacto quanto seu salário: na verdade, isso determina apenas seu poder aquisitivo, não revela seu mundo interior, que  se manifesta por meio de outros valores.

Da porta da rua pra dentro, pouco importa a quantidade de metros quadrados e,sim, a maneira como você os ocupa. Se é uma casa colorida ou monocromática. Se tem objetos adquiridos com afeto ou se foi tudo escolhido por um decorador profissional. Se há fotos das pessoas que amamos espalhadas por porta-retratos ou se há paredes nuas.

Tudo pode ser revelador: se deixamos a comida estragar na geladeira, se temos a mania de deixar as janelas sempre fechadas, se há muitas coisas por consertar. Isso também é estilo de vida.

Luz direta ou indireta? Tudo combinadinho ou uma esquizofrenia saudável na junção das coisas? Tudo de grife ou tudo de brique?

É um jogo lúdico tentar descobrir o quanto há de granito e o quanto há de madeira na nossa personalidade. Qual o grau de importância das plantas no nosso habitat, que nota daríamos para o quesito vista panorâmica? Quadros tortos enervam? Tapetes rotos nos comovem?

Há casas em que tudo o que é aparente está em ordem, mas reina a confusão dentro dos armários. Há casas tão limpas, tão lindas, tão perfeitas que parecem cenários: faz falta um cheiro de comida e um som vindo lá do quarto. Há casas escuras. Há casas feias por fora e bonitas por dentro. Há casas com lareira que se mantém frias, há casas prontas para receber visitas e impróprias para receber a vida. Há casas com escadas, casas com desníveis, casas divertidamente irregulares.

Pode parecer apenas o lugar onde a gente dorme, come e vê televisão, mas nossa casa é muito mais que isso. É a nossa caverna, o nosso castelo, o esconderijo secreto onde coabitamos com nossos defeitos e virtudes." Junho de 2000

MEDEIROS, Martha. Liberdade Crônica, Porto Alegre, RS: L&PM, 2014. P 125-126.







quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

estereoscopia

Estereoscopia (do grego "στερεός" (stereos), "firme, duro, sólido" + "σκοπέω" (skopeō), "ver", "observar") é uma técnica usada para se obter informações do espaço tridimensional, através da análise de duas imagens obtidas em pontos diferentes. É um fenômeno natural que ocorre em muitos animais com dois pontos de visão e também no ser humano, quando uma pessoa observa em seu redor uma cena qualquer. O facto de o ser humano ter dois olhos permite-lhe, através da estereoscopia ter a noção de profundidade espacial, com o objetivo de por exemplo ter a noção da distância a que se encontram os objetos. A estereoscopia humana é a análise de duas imagens da cena que são projetadas nos olhos em pontos de observação ligeiramente diferentes (distância pupilar), sendo que o cérebro funde as duas imagens no córtex visual, e nesse processo, o indivíduo obtém informações quanto à profundidade, distância, posição e tamanho dos objetos, gerando uma sensação de visão tridimensional.
Fonte: Wikipédia


Romero Britto: um artista polemizado

Trabalho há alguns anos vendendo quadros emoldurados com posteres do Romero Britto. As imagens são adquiridas com COPYRIGHT através de vários fornecedores online como por exemplo a Original Artes (http://www.originalartes.com/).

Quando solicitado, os moldureiros refilam as gravuras manualmente, de modo que algumas partes das imagens saem do plano e passam a ter efeito 3D, o que aumenta o sentido de exclusividade do nosso trabalho. Isso acontece predominantemente nas imagens do Britto por causa do traço grosso e preto que separa as figuras, quase como se fosse uma "colagem" permitindo sub-dividir a imagem e escolhendo as partes que deseja destacar. Isso é feito manualmente com estilete, por isso não é sugerido fazer em outros tipos de imagem pois o acabamento não fica legal. Nos traços grossos do artista cearense existe uma margem de erro para o moldureiro refilar.


Quando a loja inaugurou em Uberlândia há 4 anos, era uma febre! Todos os clientes queriam ter um Romero Britto em casa, mesmo sendo reproduções. O campeão de vendas sempre foi o famoso THE HUG. Em sua maioria, seria colocado em cima do sofá, na sala de TV, ou na sala de estar - pelo fato de ser bastante colorido e trazer um ar de alegria na casa. Até mesmo em ambientes mais clássicos os clientes arriscavam colocar o quadro, para "quebrar" os tons mornos dos móveis ou paredes. No início eu tinha resistência com o produto, mas depois me acostumei e passei a entender arte como mercadoria dentro do sistema de consumo no país, aceitei a ideia, mesmo que ainda não tenha afinidade com o grafismo de Britto.

De uns tempos pra cá a procura por esse tipo de gravura diminuiu pois as pessoas estão considerando como "over" ou ultrapassado, já ficou batido demais - é o que dizem. De fato a grande concepção mercadológica do artista - e admirável a meu ver - levou sua obra à vários produtos de  utilidade cotidiana e o que é melhor, levou ARTE PARA AS MÃOS DA POPULAÇÃO BRASILEIRA - quebrando o paradigma da ARTE ELITIZADA. Alguns criticam essa ideia, outros acham mirabolante. Afinal, o que os artistas querem é reconhecimento e prestígio da sua obra, mas tenho certeza (e digo isso por conhecimento de causa porque sou artista também)que os artistas querem mais VALORIZAÇÃO no mercado.


Acho péssimo só criticar e não ter argumentos para discutir o mercado de arte em esfera nacional ou global vendo prós e contras. Vamos nos inspirar e fazer acontecer como ele fez (e está fazendo)?



Ver o quadro na loja é uma coisa. Ver o quadro instalado no ambiente é outra.


Como o próprio artista diz: "quando falam mal do meu trabalho, vendo mais!"

http://gq.globo.com/Prazeres/Poder/noticia/2014/11/romero-britto-o-brasileiro-mais-poderoso-e-odiado-da-arte-contemporanea.html

seminário com Ricardo Botelho


Estive no seminário "Como vender através de arquitetos e designers de interiores" no dia 10/12 das 13h30 - 19h30 no  Spazio JK em São Paulo. O conteúdo trabalhado foi surpreendente, pude aprender um pouco mais do perfil dos especificadores, como  atuar de maneira efetiva com os tipos de profissionais no mercado, o que não fazer, posturas que devemos mudar no dia-a-dia da nossa empresa para captar negócios e criar relacionamentos com os clientes. Concordo em grande parte com as idéias do Ricardo!

Além das atividades presenciais o seminário disponibilizou um material online muito bom (apostila) e fiquei conhecendo a Joyce da Equipe de Gestão Franchising da Moldura Minuto.

resiliência: não é traço de personalidade, é aprendizado

resiliência 
re.si.li.ên.cia 
sf (ingl resilience1 Ato de retorno de mola; elasticidade. 2 Ato de recuar (arma de fogo); coice. 3 Poder de recuperação. 4 Trabalho necessário para deformar um corpo até seu limite elástico.

Fonte: Dicionário Michaelis


terça-feira, 23 de dezembro de 2014

tatuagens de adesivo com imagens da exposição de James Ensor

Ganhei um presente recentemente trazido do Art Institvte Chicago, muito interessante a proposta! Achei uma maneira bem inusitada de aproximação da Arte com o público!









paredes coloridas em exposições




Acredito na potência visual das paredes coloridas em exposições de Arte! Além de quebrar com a constante das paredes brancas das galerias, dão outras conotações e leituras diferentes sobre as obras instaladas. Acima, parede preta na exposição Coletiva de desenhos e ilustrações no Goma, parede rosa na exposição 32 no Sesc e parede alaranjada na exposição Descobrindo Desenhistas no Instituto Seva.

domingo, 21 de dezembro de 2014

regras da rede

"O artista que entra ou que é levado a entrar na rede é levado a aceitar as regras para lá permanecer. Quer dizer, renovar-se e individualizar-se permanentemente, sob pena de desaparecer no movimento perpetual de nominação que mantém a rede à tona."


ANNE CAUQUELIN , A Arte Contemporânea. 1992, P.65

arte e identificação de códigos

"A elitização dos códigos artísticos utilizados é uma realidade. O conhecimento desta linguagem particular à arte é ponto primordial para o posterior acesso à mesma. Muito iria modificar o panorama do entendimento da arte se seus códigos fossem conhecidos. Segundo Peregrino "...ninguém gosta, se interessa ou procura por algo que não consegue compreender.", assim é difícil a "identificação do público com o artista" como sustenta Pedrosa." SANDRA ALBUQUERQUE REIS, Arte e Mercado - UDESC,1999.
PEDROSA, Mário. O Crítico, os Salões e as Bienais.In: ARANTES, Otília (org) (1995). Política das Artes - Textos escolhidos I. São Paulo: Edusp, P. 159-217
PEREGRINO, Yara Rosas (org) (1995). Da camiseta ao museu: O ensino das artes na democratização da cultura. João Pessoa: Ed. Universitária da UFPB.

mercado de artes = derivação do mercado simbólico

"tanto o conjunto de operações de compra e venda de obras de cultura e de arte, especificamente (realizadas em galerias, livrarias, bilheterias de cinema, bancas de jornais, lojas de disco), como o universo global por onde circulam, são produzidas e consumidas as obras de cultura e arte - neste caso também instituições como os museus integram esse mercado."


COELHO, Teixeira. Dicionário crítico de política cultural, 1997. P.251




vernissage = abertura de exposição

Vernissage é um termo em francês que significa envernizamento, normalmente utilizado para designar a pré-estreia de algo ou uma mostra privada que precede a abertura de uma exibição, geralmente de obras de arte.

conjunto de fenômenos humanos

"Os autores compreensivistas não se preocupam em quantificar e em explicar, e sim em compreender: este é o verbo da pesquisa qualitativa. Compreender relações, valores, atitudes, crenças, hábitos e representações e a partir desse conjunto de fenômenos humanos gerados socialmente, compreender e interpretar a realidade. O pesquisador que trabalha com estratégias qualitativas atua com a matéria-prima das vivências, das experiências, da cotidianeidade e também analisa as estruturas e as instituições, mas entendem-nas como ação humana objetivada. Ou seja, para esses pesquisadores e pensadores, a linguagem, os símbolos, as práticas, as relações e as coisas são inseparáveis. Se partirmos de um desses elementos, temos que chegar aos outros, mas todos passam pela subjetividade humana." 

PESQUISA SOCIAL - Teoria, método e criatividade. Maria Cecília de Souza Minayo (org). 1993 - Editora Vozes.P. 24


esforço intelectual vale a pena!

"Um projeto de pesquisa constitui a síntese de múltiplos esforços intelectuais que se contrapõem e se complementam: de abstração teórico-conceitual e de conexão com a realidade empírica, de exaustividade e síntese, de inclusões e recortes, e, sobretudo, de rigor e criatividade. Um projeto é fruto do trabalho vivo do pesquisador. Para isso ele vai precisar articular informações e conhecimentos disponíveis (um amplo conjunto de saberes e técnicas), usar certas tecnologias (o uso de internet ou de certos programas, por ex.), empregar sua imaginação e emprestar seu corpo ao esforço de realizar a tarefa. Quem duvida que as vistas cansam, as costas ardem e a coluna dói depois de longos dias em frente a um computador ou a uma pilha de livros?"
Suely Ferreira Deslandes. In: PESQUISA SOCIAL. 1993. P. 31


são raros os colecionadores de cuzquenhos, um tipo de arte muito singular

sobre cuzquenhos...
A Escola de Cuzco foi uma escola de pintura colonial peruana centrada na cidade de Cuzco. Sua originalidade reside na confluência de dois elementos formadores distintos: a tradição barroca de pintura trazida pelos colonizadores espanhóis e a contribuição indígena.
A vasta maioria das obras deixadas pela Escola de Cuzco versa sobre temas sacros, e o seu estilo típico se caracteriza pela ignorância da perspectiva, pelo uso de cores quentes, pelo interesse na beleza das formas, pelo requintado detalhismo de caráter altamente ornamental e pela desproporção dentre as figuras centrais dos santos e anjos em relação às pessoas comuns que podiam ser representadas junto com eles. As figuras são ataviadas com vestes suntuosas e ocasionalmente são emolduradas por cortinados, colunas ou outros elementos de arquitetura, emprestando-lhes um aspecto majestático e monumental, a despeito das dimensões das obras, que são muitas vezes modestas. Também aparecem com frequência elementos da flora e fauna locais. A maior parte dos trabalhos conhecidos não tem autoria identificada, já que seus criadores, em grande parte índios, vinham de uma cultura em que a criação artística e principalmente a obra religiosa, tinham um caráter coletivo.
O propósito primário desta produção era didático. Os espanhóis, desejando converter os Incas ao Catolicismo, enviaram para a região missionários com o objetivo de lhes ensinar a religião através da arte. Fundaram-se então oficinas onde os padres lhes ensinaram a pintar, sendo esse núcleo considerado o primeiro centro artístico organizado das Américas. Logo seu estilo se expandiu para outros centros coloniais da Bolívia e Equador.
O estilo inicial foi formado por uma fusão de influências bizantinas, andorranas e flamengas, conhecidas através de gravuras, sobre uma base derivada da corrente tenebrista do barroco espanhol, principalmente pela obra de Francisco de Zurbarán. Um dos primeiros mestres foi o jesuíta italiano Bernardo Bitti, que chegou ao local em 1538. Durante suas duas visitas a Cuzco, Bitti recebeu o encargo de executar o retábulo da igreja, deixando algumas obras-primas como A coroação da Virgem e A Virgem do Passarinho.
No século seguinte surge outro grande nome, Luis de Riaño, nascido em Lima e aluno de Angelino Medoro. Riaño dominou a pintura na região entre 1618 e 1640. Outro foi o muralista Diego Cusihuamán com trabalhos nas igrejas de Chinchero e Urcos. Ambos contribuem para a consolidação do estilo, afastando-o da influência direta européia e dando-lhe um sabor tipicamente local. Também foram notáveis Diego Quispe Tito, nascido em 1611, que deu uma importância maior à paisagem dos fundos, e Basilio Santa Cruz Puma Callao, autor de obra significativa na Catedral de Cuzco, dentre a qual seu retrato do bispo Manuel de Mollinedo é tido como um das composições mais preciosas da Escola.
Outro elemento importante para a Escola seguir um rumo independente e original foram as disputas no seio do grêmio de pintores, que culminou em 1688 com a separação entre artistas índios e brancos. Destarte, os índios e mestiços foram liberados do compromisso de seguir os mestres europeus e iniciaram a se guiar por sua própria sensibilidade e visão de mundo. O novo estilo que começou a florescer introduziu elementos da flora e fauna andinas e passou a aceitar cenas secundárias mostrando os costumes indígenas. Também aparecem retratos de chefes índios e quadros com árvores genealógicas. As técnicas européias são em parte abandonadas, e com isso o uso da perspectiva desaparece ou mostra uma aplicação imperfeita, fragmentando o espaço pictórico numa profusão de detalhes decorativos ou cenas secundárias. Também a cor se torna mais viva.
Entre os séculos XVII e XVIII a Escola de Cuzco já havia adquirido enorme prestígio; prova o registro em um dos ateliês de uma encomenda de 500 telas a serem entregues no curto período de sete meses para várias províncias da região e até mesmo para cidades da Argentina e do Chile. Mesmo que provavelmente nem todas elas terão sido de primeira água, o mais das vezes obras menores de execução fácil, e não "de brocateado fino" como se chamavam as peças importantes, diz muito bem da intensa atividade artística local. No século XVIII o artista mais destacado é Marcos Zapata, produzindo mais de 200 quadros, cinqüenta dos quais de grandes dimensões, hoje adornando a Catedral de Cuzco. Marcos Retira, no século XIX, é um dos últimos mestres de nomeada. A Escola de Cuzco mantém influência até os dias de hoje. São muitos os artistas peruanos modernos que realizam cópias de obras famosas ou criam novas continuando o estilo definido há séculos atrás..
Fonte: Wikipédia

pluralidade nos meios ecológicos do mundo da arte

"A melhor maneira é ter uma pluralidade de financiamento e assim encontrar seu próprio espaço nas lacunas entre as demandas de todos os outros, por meio do qual você possa desenvolver uma voz independente. As galerias são uma parte importante dessa ecologia do mundo da arte". P. 36 Revista Select OUT/NOV 2013 ANO 03 EDIÇÃO 14
"O século 21 exige uma visão expandida da arte e de suas relações com o mercado. Ela inclui a incorporação de vozes e linguagens diversificadas e novos formatos de curadoria e financiamento." P.37 Revista Select OUT/NOV 2013 ANO 03 EDIÇÃO 14
Charles ESCHE, curador da 31ª Bienal de São Paulo, diretor do Van Abbemuseum, em Eindhoven, na Holanda, e codiretor da Afterall Journal and Books, Foi cocurador da 9ª Bienal de Istambul (2005)


sábado, 20 de dezembro de 2014

somos atrasados culturalmente

"O 'atraso' do mercado brasileiro se expressa com um gosto conservador dos compradores, como ressalta a decana galerista Luisa Strina. Corrobora a tese o empresário Marcos Koeningkan, dono do site www.catalogodasartes.com.br, que informa que 77% das obras vendidas em leilões no Brasil de Janeiro a 4 de Setembro de 2013 foram 'quadros'" Revista SELECT out/nov 2013 ANO 03 EDIÇÃO 14, PG. 50

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Luisa Strina, te admiro!

"Com a explosão do mercado, todo mundo quer comprar um artista e torcer para ele virar uma Adriana Varejão ou uma Beatriz Milhazes. Mas eu sempre digo que o Brasil esteve 50 anos atrasado. E continua. Mas agora arte virou moda. Os museus estão lotados. No domingo, você não consegue entrar na Pinacoteca. Houve um aumento expressivo no interesse por arte no Brasil. Isso é um ponto pacífico." P.58 Revista Select OUT/NOV 2013 ANO 03 EDIÇÃO 14
Luisa STRINA, uma das mais importantes galeristas de arte contemporânea do País, dona de uma coleção expressiva de cerca de mil obras, foi uma das principais agentes da profissionalização e da internacionalização do mercado de arte e viu o cenário artístico brasileiro mudar radicalmente.


o que de fato é ESPECÍFICO da Arte?

http://kislansky.blogspot.com.br/2012/01/do-especifico-da-arte.html

Interessantíssimo esse texto de J.A.VAN ACKER,  anos 80. 


"A ficção não existe fora da arte. Não existe nas outras coisas. As outras coisas ou são, ou não são. A arte (a ficção) é sem ser e, sem ser, é...Toda atividade artística atua sempre nessa região média entre o ser e o não ser."


quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

web sites de venda de posteres e gravuras

Existem vários endereços eletrônicos (web sites) que vendem posteres e gravuras online. Você escolhe a imagem através de uma pesquisa por tema, por exemplo, define as medidas desejadas (geralmente oferecem mais de uma opção por imagem) e a forma de impressão (comum, gicleé, canvas). A imagem é enviada pelos correios, através de um tubo de papelão, na maioria das vezes. É muito fácil e o melhor é que é seguro pois já vem com COPYRIGHT!

Aí vão algumas dicas:

http://www.shutterstock.com/

https://www.fotospot.com.br/

http://www.catalogodasartes.com.br/

http://www.theworldartgroup.com/

http://wildapple.com/

http://imageconscious.com/

http://www.allposters.com.br/

http://urbanarts.com.br/

http://www.oldposters.com.br/


você sabe o que significa LED?

O diodo emissor de luz, também conhecido pela sigla em inglês LED (Light Emitting Diode), é usado para a emissão de luz em locais e instrumentos onde se torna mais conveniente a sua utilização no lugar de uma lâmpada. Especialmente utilizado em produtos de microeletrônica como sinalizador de avisos, também pode ser encontrado em tamanho maior, como em alguns modelos de semáforos. Também é muito utilizado em painéis de led, cortinas de led e pistas de led.
Em 7 de outubro de 2014, os inventores dos diodos emissores de luz azul foram laureados com o Prêmio Nobel.
Fonte: Wikipédia

" artista"

"A palavra 'artista' pronuncia-se pela primeira vez no século XV, em Florença."
CANCLINI, Nestor Garcia. A socialização da arte - teoria e prática na América Latina. São Paulo: Cultrix, 1980. p.97

novas formas de expor e vender arte em Uberlândia